FMI dá luz verde à oitava revisão do programa financeiro da Guiné-Bissau

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje a conclusão da oitava revisão do programa de ajustamento financeiro relativo à Guiné-Bissau, o que permitirá o imediato desembolso de 6,5 milhões de dólares, além de uma análise anual da economia do país.

No comunicado enviado à Lusa, é indicado que "o Conselho Executivo finalizou a consulta sob o Artigo IV para 2025 e a oitava revisão da Facilidade de Crédito Alargada (ECF) para a Guiné-Bissau". Com a conclusão deste processo, serão disponibilizados 4,73 milhões de unidades de Direitos Especiais de Saque (DSE), totalizando assim 35,04 milhões de DSE (aproximadamente 48,1 milhões de dólares ou mais de 40 milhões de euros) já desembolsados no âmbito do acordo.

No que diz respeito à avaliação do programa, o FMI considera que "o desempenho foi misto", assinalando que "sete dos nove critérios de desempenho quantitativos e três dos quatro parâmetros estruturais, previstos para o final de dezembro de 2024, foram alcançados".

Em termos de previsões macroeconómicas, o Fundo espera que a Guiné-Bissau registe um crescimento de 5,1% e uma taxa de inflação em torno de 2%. As autoridades locais têm como meta alcançar um défice orçamental de 3,4% do PIB até 2025, com o objetivo de colocar a dívida pública numa trajetória de redução consistente. Apesar das perspetivas económicas apresentarem um caráter positivo, o FMI alerta que estão sujeitas a riscos internos e externos significativos.

Os técnicos do FMI sublinham que, embora a Guiné-Bissau tenha um impacto direto limitado das recentes tensões comerciais globais, a economia ainda enfrenta riscos consideráveis, especialmente em um contexto sociopolítico desafiador em ano eleitoral e com limitações na capacidade.

O acordo inicial com a Guiné-Bissau foi aprovado pelo Conselho de Administração do FMI a 30 de janeiro de 2023, num montante total de aproximadamente 37,8 milhões de dólares (mais de 33 milhões de euros). Em 29 de novembro de 2023, foi autorizada uma expansão de 40% do acesso ao fundo.