A Casa Branca coloca fim à guerra em Gaza como prioridade central
O Presidente dos EUA identificou a resolução do conflito em Gaza como o seu maior objetivo no Médio Oriente, recebendo hoje o primeiro-ministro de Israel.

A Casa Branca afirmou que a principal meta do Presidente dos EUA, Donald Trump, no Médio Oriente, é a conclusão da guerra na Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns. A declaração foi feita pela porta-voz Karoline Leavitt, durante uma conferência de imprensa que antecedeu o encontro entre Trump e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, marcado para as 18h30 (hora de Lisboa: 23h30).
Leavitt sublinhou que Trump está “focado no presente” e nos esforços para que o Hamas aceite a proposta de cessar-fogo que pode pôr fim a um conflito que já dura 21 meses. “Por respeito às negociações, não irei revelar detalhes do acordo, mas já foi enviada uma proposta que é considerada aceitável pelo Hamas”, afirmou.
Ela também destacou que Steve Witkoff, o enviado dos EUA para o Médio Oriente, deverá viajar esta semana para Doha, onde estão a decorrer negociações indiretas para a trégua, mediadas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos. “O Qatar e o Egito têm sido fundamentais na mediação destes diálogos em busca da paz e da resolução deste conflito”, acrescentou Leavitt.
Trump já manifestou a sua intenção de encerrar a guerra na Faixa de Gaza após um recente confronto de 12 dias entre Israel e o Irão, embora até agora não tenha surgido avanço nas negociações em Doha.
Antes de sua visita a Washington, Netanyahu elogiou a cooperação com os EUA, referindo-a como uma “enorme vitória” sobre o Irão. Relativamente à situação em Gaza, afirmou que está a trabalhar para concretizar o acordo em discussão, nos termos acordados.
No dia de hoje, Netanyahu tem agendadas reuniões separadas com o enviado Witkoff e com o secretário de Estado, Marco Rubio, antes de um jantar com Trump.
Na terça-feira, o primeiro-ministro israelita encontrará também o líder da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson. “Estou confiante de que a conversa com o Presidente Trump poderá impulsionar este resultado, que todos desejamos”, comentou Netanyahu, embora tenha alertado que “as circunstâncias mudam rapidamente”.
A proposta de entendimento entre Israel e Hamas baseia-se numa trégua de 60 dias, na entrega de ajuda humanitária e na libertação de parte dos 50 reféns retidos pelo Hamas, dos quais se estima que 20 estejam vivos. Em contrapartida, Israel deverá liberar um número ainda indeterminado de prisioneiros palestinianos.
Os principais obstáculos nas negociações prendem-se com a necessidade de pôr fim à guerra e retirar as forças israelitas, por um lado, e a rendição e dissolução do Hamas, por outro. Desde março, Israel reiniciou ações militares na Faixa de Gaza, intensificadas nas últimas semanas, após o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, que resultou em cerca de 1.200 mortes, maioritariamente civis, e a posterior retaliação israelita que já causou mais de 57 mil mortos, segundo fontes locais.