Hamas exige entrega de líder armado sob ameaça de julgamento

Em meio ao conflito intenso na Faixa de Gaza, um tribunal militar associado ao Hamas anunciou que Yasser Abu Shabab, responsável por um grupo armado no sul do território, tem um prazo de 10 dias para se entregar às autoridades.

As tensões aumentaram após o reconhecimento pelas autoridades israelitas, em junho, de que estavam a fornecer armamento a uma milícia palestiniana contrária ao Hamas, aparentemente liderada por Abu Shabab. Este anticorreu com informações que indicam que o "tribunal revolucionário" exige que Abu Shabab se apresente para um julgamento, devido às suas alegações de formação de uma "milícia armada" e colaboração com inimigos.

Abu Shabab lidera o grupo denominado "Forças Populares", ativo na zona leste de Rafah, supostamente sob controle israelita. Recentemente, estas forças afirmaram ter atacado uma instalação associada ao Hamas, que supostamente confisca ajuda humanitária destinada aos habitantes de Gaza.

O Conselho Europeu para as Relações Internacionais criticou Yasser Abu Shabab como líder de um "bando criminoso" na região de Rafah, acusado de saquear camiões de ajuda humanitária.

Reagindo às alegações israelitas, o Hamas denunciou a milícia como traidora e instou a população a se opor a ela. O Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reconheceu o suporte a esta milícia para salvar vidas israelo-palatinas, enquanto um ex-ministro qualificou a operação como um suporte a "criminosos".

De acordo com Michael Milshtein, especialista do Centro Moshe Dayan, o clã Abu Shabab pertence a uma tribo beduina oriunda do Sinai e está envolvido em várias atividades ilícitas. Abu Shabab já teve passagens pela prisão em Gaza e foi recentemente denunciado por líderes de seu clã como colaborador de Israel.

A narrativa que envolve Abu Shabab reflete a complexidade do conflito e as rivalidades internas entre facções palestinianas, enquanto a guerra em Gaza intensifica a luta por poder e controle.