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União Europeia expressa preocupações sobre a influência da China em apoio à Rússia

A UE reúne-se com a China para discutir preocupações sobre segurança e comércio, com foco no apoio de empresas chinesas à Rússia antes da cimeira entre as partes.

há 5 horas
União Europeia expressa preocupações sobre a influência da China em apoio à Rússia

A União Europeia (UE) teve uma importante reunião na quarta-feira com a China, abordando os receios manifestados pelos Estados-membros relativamente a várias políticas do país asiático, especialmente nas áreas económica e comercial. Estas questões foram consideradas, em certos casos, uma "ameaça grave" à segurança na Europa, segundo a agência Efe.

A alta representante e vice-presidente da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, alertou sobre o “apoio das empresas chinesas à agressão russa” e a sua implicação na segurança europeia. Este posicionamento foi divulgado numa declaração após uma reunião em Bruxelas com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, que fez parte do 13.º Diálogo Estratégico UE-China.

Kallas apelou à China para que interrompa imediatamente qualquer apoio material ao complexo militar-industrial russo e fomente um cessar-fogo total e incondicional na Ucrânia, enfatizando a necessidade de uma paz justa e duradoura, com base no respeito pela Carta da ONU.

Em relação às questões comerciais, Kallas destacou a urgência de encontrar "soluções concretas para equilibrar a relação económica" e promover a reciprocidade no acesso aos mercados. A UE instou ainda a China a acabar com as práticas distorcidas, como as restrições à exportação de terras raras, que prejudicam as empresas europeias e a estabilidade das cadeias de abastecimento.

Os contactos entre Pequim e Bruxelas têm-se intensificado nos últimos meses, particularmente após a guerra comercial iniciada por Donald Trump. O encontro entre Kallas e Wang foi uma oportunidade para preparar a cimeira UE-China programada para ocorrer na China em três semanas.

Além deste diálogo, a reunião incluiu conversas com o primeiro-ministro português, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Costa destacou, nas redes sociais, a importância de uma discussão franca sobre desequilíbrios económicos e a responsabilidade da China em contribuir para a paz na Ucrânia.

Von der Leyen reforçou que a cimeira representará um momento crucial para discutir questões globais, incluindo clima e comércio, sublinhando o papel fundamental da China na busca por paz duradoura na Ucrânia.

A Kallas e Wang também abordaram temas globais como a situação no Médio Oriente e manifestaram satisfação pelo alívio das tensões entre Israel e o Irão. Kallas realçou a necessidade urgente de um cessar-fogo em Gaza e pediu acesso humanitário pleno e irrestrito.

No que diz respeito a Taiwan, Kallas expressou a oposição da UE a qualquer tentativa unilateral de alterar o status quo, mesmo que isso ocorra por meio de força ou coação. A alta representante também expressou preocupações acerca dos direitos humanos na China e das ameaças híbridas que emergem na Europa a partir do país asiático.

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