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Coreia do Sul responde a Trump com promessa de melhorias tarifárias

Após ameaças de tarifas por parte dos EUA, o governo sul-coreano compromete-se a atualizar políticas comerciais e reconduzir negociações para um acordo benéfico.

há 3 horas
Coreia do Sul responde a Trump com promessa de melhorias tarifárias

O governo da Coreia do Sul anunciou a intenção de reformar a sua política tarifária na sequência das recentes ameaças do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicou a possibilidade de impor uma taxa de 25% sobre as importações provenientes da Coreia do Sul.

O Ministério da Indústria sul-coreano afirmou que vai "aperfeiçoar os sistemas e regulamentos nacionais", focando-se em áreas que despertam o interesse dos Estados Unidos, a fim de mitigar o défice comercial entre os dois países.

"Este é um momento oportuno para acelerar o desenvolvimento de indústrias estratégicas através da colaboração na revitalização industrial", acrescentou a instituição em comunicado oficial.

Além da Coreia do Sul, Trump enviou cartas a 14 nações, incluindo Japão, África do Sul, Malásia, Camboja, Tailândia e Bangladesh, informando que as suas exportações para os EUA podem ser sujeitas a tarifas adicionais, a vigorar a partir de 01 de agosto.

Em declarações na Casa Branca, Trump mostrou-se favorável a impor taxas aduaneiras, embora tenha sublinhado que as negociações continuam, incluindo diálogos com a Índia que podem ser concluídos em breve. "Mantivemos acordos com o Reino Unido, com a China, e estamos quase a alcançar um consenso com a Índia", comentou Trump, explicando que, com outros países, não houve possibilidade de acordo, optando por enviar-lhes uma carta.

O ministério sul-coreano interpretou a missiva de Trump como um facto que estende o prazo para a imposição de tarifas recíprocas até 01 de agosto.

Na primavera, Trump havia suspendido as chamadas "tarifas recíprocas" que provocaram agitação nos mercados financeiros, abrindo espaço para novas negociações até 09 de julho.

Recentemente, Trump assinou uma ordem executiva que retarda a aplicação das novas tarifas, concedendo às nações visadas mais três semanas para alcançar um entendimento com a administração norte-americana. Trump afirmou que, dependendo da situação, pode haver ajustes nas tarifas, enfatizando a importância de concessões adicionais por parte dos países envolvidos. "Não seremos injustos", assegurou.

Além disso, o Ministério da Indústria da Coreia do Sul fez questão de acelerar as conversações para formalizar um acordo comercial edificante para ambas as partes com Washington.

Na carta mencionada pela Bloomberg, Trump também exigiu que Seul não aplicasse tarifas de retaliação, ameaçando incluir essas possíveis taxas nos 25% anteriormente mencionados.

O Presidente dos EUA classificou os défices comerciais com nações asiáticas como insustentáveis, apresentando-os como uma "grave ameaça" à segurança e economia norte-americanas.

Os Estados Unidos representam o segundo maior mercado para as exportações sul-coreanas, superados apenas pela China, com 18,7% das remessas internacionais, totalizando 127,8 mil milhões de dólares (aproximadamente 108,85 mil milhões de euros) em 2024, de acordo com a Bloomberg.

No domingo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, manifestou a expectativa de que a pressão imposta pela Casa Branca facilitará a rápida celebração de múltiplos acordos comerciais.

A União Europeia informou que, no dia anterior, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teve uma "conversa positiva" por telefone com Donald Trump.

A Indonésia, também mencionada nas cartas de Trump, comunicou a intenção de importar, pelo menos, um milhão de toneladas de trigo norte-americano anualmente durante os próximos cinco anos, representando um valor estimado em 1,25 mil milhões de dólares.

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