Costa incentiva Ucrânia e UE a impulsionar processo de adesão
O presidente do Conselho Europeu destacou a importância do avanço nas negociações entre a Ucrânia e a Comissão Europeia, pedindo para superar entraves como o veto da Hungria.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, convocou a Ucrânia e a Comissão Europeia a intensificarem os esforços nas negociações de adesão de Kyiv à União Europeia (UE), sublinhando a necessidade de ultrapassar obstáculos, como o veto da Hungria. Durante uma conferência em Arhus, Dinamarca, onde inaugurou a presidência rotativa do Conselho da UE, Costa afirmou: “Todos os Estados-membros decidiram, por unanimidade, abrir as negociações em 2022, e apesar de o processo estar em curso, não podemos permitir que o tempo passe em vão”.
O líder europeu elogiou as reformas que a Ucrânia tem realizado, mesmo em tempos de conflito, destacando que “a avaliação da Comissão Europeia é inequívoca: a Ucrânia está a avançar positivamente e as negociações devem continuar”.
António Costa minimizou a relevância do veto húngaro, convidando tanto a Comissão como a Ucrânia a prosseguirem com as discussões e a implementação de reformas necessárias. Ressaltou que, embora um Estado-membro considere que o processo só possa ocorrer após uma paz duradoura na Ucrânia, é crucial manter as negociações em aberto.
A Comissão Europeia, por sua vez, já sugeriu que a Ucrânia inicie a análise do primeiro capítulo da adesão, que aborda tanto critérios económicos como aspectos das instituições democráticas. Tem-se previsto que a presidência dinamarquesa do Conselho da UE exerça pressão sobre a Hungria para que retire o seu veto.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que também participou do evento, reafirmou o empenho do seu país na busca por uma adesão à UE, sublinhando a necessidade do apoio dos líderes europeus. “Estamos dispostos a fazer tudo ao nosso alcance para resolver este desafio”, disse Zelensky.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, manifestou a sua aceitação do apelo de Costa, reconhecendo as “desafios complexos que a Ucrânia enfrenta enquanto luta por sua sobrevivência”. Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, a UE já alocou quase 160 mil milhões de euros a Kyiv, que formalizou o seu pedido de adesão à UE logo após o início do conflito.
Atualmente, a Ucrânia tem o estatuto de país candidato desde junho de 2022, e em dezembro do mesmo ano, o Conselho Europeu decidiu iniciar as negociações formais de adesão à UE.