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Crescente crise humanitária em Gaza leva à morte por desnutrição

Um homem de 29 anos é a mais recente vítima de desnutrição em Gaza, elevando o número total de mortos por fome para 67, com a maioria das vítimas a ser crianças.

há 4 horas
Crescente crise humanitária em Gaza leva à morte por desnutrição

Na noite de segunda-feira, um homem de 29 anos faleceu na Faixa de Gaza, resultado da grave desnutrição que afeta a região. Esta triste notícia foi reportada pelas autoridades de Saúde do enclave, que elevaram o total de mortes relacionadas com a fome para 67, sendo a maioria crianças.

O homem chegou ao hospital já sem vida e foi imediatamente registado como "falecido", sem qualquer explicação adicional sobre a causa da morte, conforme relatou o diretor da unidade responsável pela contagem de vítimas, Zaher al-Waheidi, à agência EFE.

Imagens partilhadas por fontes palestinianas, como o Quds, mostraram o corpo da vítima incrivelmente esquelético, vestindo apenas uma fralda.

Em uma mensagem partilhada nas redes sociais, o diretor da Saúde em Gaza, Munir al Bursh, salientou que não são apenas as crianças que sofrem com a fome, mas todos os grupos vulneráveis necessitados de cuidados médicos e nutrição adequada, que se encontram sob a ameaça iminente da morte devido ao atual cerco.

Desde o início deste ano, aproximadamente 112 crianças foram internadas em hospitais de Gaza para tratamento de desnutrição aguda, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Ao todo, 18.809 crianças com menos de 5 anos foram hospitalizadas em 2023, sendo 2.500 casos considerados graves.

Edouard Beigbeder, diretor regional da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África, afirmou: "Cada um desses casos é evitável. Estão a impedir que cheguem alimentos, água e tratamentos nutricionais que são urgentemente necessários. Decisões humanas estão a custar vidas. Israel deve permitir a entrega urgente de ajuda vital através de todas as passagens fronteiriças."

O bloqueio total imposto por Israel sobre a ajuda humanitária a Gaza entre 2 de março e 19 de maio agravou severamente a já crítica crise humanitária do enclave, limitando o acesso a bens essenciais, como alimentos e medicamentos.

Antes e depois do bloqueio total, Israel restringiu significativamente o acesso à ajuda durante a guerra em curso desde outubro de 2023, resultando em um impacto devastador nas condições de vida dos habitantes da região.

A situação atingiu um ponto crítico em novembro de 2024, com cerca de 65 camiões de ajuda a serem disponibilizados diariamente para uma população de 2,1 milhões, uma quantidade que já era considerada insuficiente antes do conflito.

A 19 de maio, Israel começou a permitir o acesso limitado a camiões de ajuda, mas a distribuição tem sido problemática, especialmente no centro e sul de Gaza, onde essa tarefa fica a cargo da Fundação Humanitária para Gaza (GHF). O exército israelita foi acusado de causar a morte de cerca de 600 pessoas em torno dos pontos de distribuição enquanto tentavam obter alimentos.

No norte, a população enfrenta dificuldades ainda maiores, culminando em confrontos para obter alimentos da ONU, embora Israel aponte o Hamas como responsável pela retenção da ajuda.

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