Dinamarca assume presidência da UE com foco na segurança europeia

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, declarou hoje que a segurança será a principal prioridade durante a presidência do Conselho da União Europeia (UE), uma abordagem que já havia sido prioridade na presidência polaca até julho.

Frederiksen, durante um debate no Parlamento Europeu (PE) em Estrasburgo, sublinhou que "A Europa será forjada pelas suas crises", citando Jean Monnet, um dos 'fundadores' da UE, e acrescentou que esta afirmação é especialmente relevante na atualidade.

O continente, de acordo com a líder dinamarquesa, enfrenta "o maior desafio desde a década de 1940", referindo-se à Segunda Guerra Mundial. Mette Frederiksen enfatizou que a Europa está sobre pressão devido "à guerra brutal de [Vladimir] Putin" na Ucrânia, às tensões nas suas fronteiras externas e a um novo conflito no Médio Oriente, além das repercussões socioeconómicas que resultam desses fatores.

Durante a sua presidência, que se estenderá até dezembro, a Dinamarca pretende dar seguimento aos trabalhos iniciados no início do ano, incluindo a finalização do acordo com o Mercosul (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai) e a promoção da competitividade na UE, com um especial enfoque no fortalecimento da defesa e segurança.

"É imperativo levantarmo-nos com os nossos próprios meios", argumentou Frederiksen, pedindo um investimento adicional na indústria de defesa, tendo em mente o conflito na Ucrânia, que já mostrou uma capacidade de produção impressionante e rápida.

"Devemos continuar a apoiar a Ucrânia durante este período crítico, tanto quanto possível e pelo tempo necessário", acrescentou.

Frederiksen notou que os 27 países do bloco europeu são "muito mais do que a soma das suas partes" e afirmou que a UE representa, acima de tudo, "uma ideia" assente no respeito pela liberdade, democracia e Estado de direito.

A Dinamarca liderará a presidência rotativa do Conselho da União Europeia até dezembro de 2025.