País

FNAM critica situação das urgências obstétricas após nova tragédia

A FNAM exige mudanças urgentes nas políticas de saúde, responsabilizando o Governo pela perda de um bebé por falta de assistência adequada nas urgências.

há 6 horas
FNAM critica situação das urgências obstétricas após nova tragédia

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) manifestou-se hoje profundamente preocupada com o recente caso da grávida que perdeu o seu bebé após ter sido encaminhada para um hospital distante. Este incidente, segundo a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, representa um verdadeiro "ponto de rutura" na assistência às urgências obstétricas em Portugal.

Em declarações à agência Lusa, Bordalo e Sá clamou por uma "mudança imediata" na política de saúde, sublinhando a responsabilidade do Governo na atual crise que afeta o atendimento obstétrico. "O que aconteceu é profundamente intolerável e não podemos permitir que situações como esta se repitam. É imperativo que a dignidade, segurança e humanidade sejam restauradas no SNS," declarou.

No caso em questão, uma grávida de 31 semanas tentou contactar a linha de Saúde 24 sem sucesso e, ao final, recorreu ao 112, que acionou os bombeiros. Foi então transportada para Cascais devido ao encerramento das urgências de outros hospitais por sobrelotação.

Bordalo e Sá criticou severamente as políticas do Ministério da Saúde, responsabilizando diretamente a atual administração pela tragédia. Para ela, é crucial reforçar as equipas de urgência com mais profissionais e melhorar as condições de trabalho, evitando assim a abordagem de "apagar fogos".

Com a situação das urgências obstétricas em deterioração, a presidente da FNAM apelou à necessidade de uma ação política decidida para atrair médicos de volta ao Serviço Nacional de Saúde e destacou que é viável conseguir contratações rápidas, desde que exista vontade política para tal.

Além deste caso, foi noticiado outro incidente semelhante esta semana, envolvendo uma grávida que também perdeu o seu filho após várias consultas sem a devida resposta. Esta sequência de acontecimentos sublinha a gravidade da situação nas urgências obstétricas.

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde defendeu a avaliação atempada da grávida envolvida, afirmando que todos os protocolos foram seguidos adequadamente. Contudo, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde está a investigar a situação, envolvendo todos os hospitais que participaram na assistência a estas pacientes.

#UrgenciasObstetricas #SaudePublica #MudancaUrgente