Governo do Brasil lança plano de crédito recorde para o agronegócio
O Brasil anunciou um investimento de 516,2 mil milhões de reais em crédito agrícola, com foco em sustentabilidade e apoio a grandes e médios produtores para 2025-2026.
O Governo do Brasil revelou hoje um ambicioso plano de crédito para o agronegócio, totalizando 516,2 mil milhões de reais, ou cerca de 80,4 mil milhões de euros. Estas linhas de financiamento, conhecidas como Plano Safra, destinam-se a empresários e produtores de média e grande dimensão do setor agrícola, e estarão disponíveis para as colheitas do ciclo 2025-2026.
Este montante representa um aumento de 8% em relação ao ano anterior, com as taxas de juro máximas a fixarem-se em até 8% ao ano.
No discurso proferido durante o anúncio, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância da sustentabilidade como um critério essencial para a contratação dos empréstimos, destacando: "O verdadeiro sucesso reside na preservação dos nossos ecossistemas, que é vital para o futuro do nosso país e do mundo."
O Brasil, um dos maiores produtores mundiais de alimentos, viu o seu Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio crescer 6,49% no primeiro trimestre de 2025, conforme um estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Projeções indicam que este setor poderá representar 29,4% do PIB nacional em 2025, uma significativa melhoria em comparação com os 23,5% de 2024.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, salientou que as previsões apontam uma colheita recorde de grãos para este ano, estimando-se cerca de 332,6 milhões de toneladas, 13,6% acima da colheita de 2024.
Curiosamente, este anúncio para os grandes produtores ocorreu apenas um dia após a divulgação de um plano semelhante destinado a pequenos agricultores, que contribuem com quase 30% da produção alimentar do Brasil, num montante de 89 mil milhões de reais, também para o ciclo 2025-2026.
A concessão de subsídios e as políticas ambientais do Governo brasileiro têm sido alvo de críticas por parte dos agricultores europeus, no âmbito do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que está em negociação há mais de duas décadas.
No mesmo evento, Lula da Silva revelou que as negociações com a União Europeia poderiam avançar antes de o Brasil assumir a presidência rotativa do Mercosul e apelou a Emmanuel Macron, Presidente francês, para que reconsiderasse a sua oposição ao acordo comercial.