Investigação em Creche dos Açores por Maus-Tratos: Suspensão de Funcionárias e Reação da Comunidade
Quatro funcionárias da Casa do Povo de Rabo de Peixe, nos Açores, estão suspensas e sob investigação por alegados maus-tratos a crianças. Os pais manifestam preocupação e exigem medidas imediatas.

Uma investigação está em curso na creche da Casa do Povo de Rabo de Peixe, localizada na ilha de São Miguel, nos Açores, devido a alegações de maus-tratos a crianças, com idades compreendidas entre 1 e 3 anos. Quatro funcionárias da instituição foram suspensas e o processo está a ser conduzido em segredo de justiça, segundo uma fonte do Ministério Público.
Lisandra Faria, mãe de uma das crianças envolvidas, fez saber à agência Lusa que as funcionárias encontram-se afastadas há duas semanas, tendo decidido retirar a sua filha da creche devido à "falta de confiança" para com alguns profissionais.
O caso ganhou notoriedade em 30 de maio, quando o jornal Açoriano Oriental noticiou que a Casa do Povo de Rabo de Peixe tinha apresentado uma queixa-crime em relação às funcionárias, que foram inicialmente suspensas pela instituição. Contudo, um tribunal ordenou a sua reintegração sob vigilância, na ausência de uma decisão instrutória.
Imagens chocantes a que o Notícias ao Minuto teve acesso revelam palmadas e empurrões aplicados às crianças, bem como situações em que os pequenos foram forçados a engolir o próprio vómito. Apesar da gravidade dos relatos, as funcionárias foram autorizadas a continuar a praticar funções, desde que cumpram com cursos de formação, exigidos pela Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Descontentes com a situação, pais como Bruno Rego e Tânia Raposo expressaram a sua preocupação e exigiram mais informações sobre a investigação. A comunidade de Rabo de Peixe já lançou uma petição com 1.311 assinaturas dirigida às autoridades locais, pedindo a "suspensão imediata" das funcionárias enquanto o inquérito prossegue. O documento destaca que "é inaceitável que, face a uma acusação tão grave, as funcionárias permaneçam em contacto com menores", sublinhando a necessidade de respeitar os direitos das crianças e das suas famílias.