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Japão Mantém Resiliência Face a Possíveis Tarifas Comerciais

O primeiro-ministro Shigeru Ishiba reafirma que o Japão está preparado para qualquer eventualidade nas negociações tarifárias com os EUA, defendendo a isenção de impostos no setor automóvel.

há 10 horas
Japão Mantém Resiliência Face a Possíveis Tarifas Comerciais

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, declarou este domingo que o país está determinado a "manter-se firme" e a enfrentar todos os cenários tarifários que possam emergir das negociações comerciais em curso com os Estados Unidos. Estas declarações foram feitas durante o programa 'Sunday News, The Prime' da Fuji TV.

Ishiba destacou a ambição de Tóquio em garantir a isenção de direitos aduaneiros no sector automóvel. "É vital preservarmos o acesso ao mercado num ambiente de tarifa zero", sublinhou o primeiro-ministro.

O Japão, que se posiciona como o maior investidor direto no território americano e o maior criador de postos de trabalho na economia norte-americana, tem interesse em proteger a sua posição no comércio bilateral.

O principal negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, informou que manteve duas reuniões telefónicas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para discutir tarifas em vésperas do prazo crítico de 09 de julho, data em que o aumento das taxas pode ser aplicado.

Segundo um comunicado do Governo japonês, Akazawa e Lutnick discutiram durante 45 minutos na quinta-feira e prolongaram a conversa por cerca de uma hora no sábado, reafirmando as posições de ambas as partes e aprofundando a troca de ideias.

As partes comprometem-se a continuar a trabalhar em conjunto, tendo em conta que, na ausência de um acordo, a taxa geral sobre vendas do Japão para os EUA poderá subir de 10% para 24% em breve.

Akazawa tem visitado Washington em várias ocasiões, mantendo conversações com os seus homólogos, mas progressos significativos ainda não foram alcançados.

Entretanto, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na última sexta-feira que enviará novas notificações sobre tarifas a vários parceiros comerciais, com efeitos a iniciar a partir de 01 de agosto.

Além das tarifas gerais, o Japão enfrenta uma imposição de 25% sobre a importação de automóveis e acessórios e uma taxa de 50% sobre o aço e alumínio, uma situação que também afeta outros parceiros comerciais, como a Coreia do Sul e a União Europeia.

Alguns setores automóvel e líderes da UE pressionam por um acordo focado na redução de tarifas em troca de aumento de investimentos nos EUA, uma premissa que está alinhada com as declarações do primeiro-ministro japonês.

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