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Macron propõe melhorias no acordo UE-Mercosul para proteger agricultura francesa

O Presidente francês defende alterações ao acordo com o Mercosul para incluir salvaguardas que protejam os agricultores da França, antes de qualquer ratificação.

03/07/2025 20:25
Macron propõe melhorias no acordo UE-Mercosul para proteger agricultura francesa

Emmanuel Macron, o presidente francês, reafirmou hoje a sua determinação em "melhorar" o acordo da União Europeia (UE) com o Mercado Comum do Sul (Mercosul), enfatizando a importância de incluir cláusulas de salvaguarda para proteger a agricultura da França.

Durante uma visita à localidade rural de Roquefort sur Soulzon, na região de Aveyron, Macron declarou: "Oponho-me a este acordo", sublinhando a sua posição enquanto, simultaneamente, avançou na busca de melhorias.

O chefe do Estado francês esclareceu que a França está a trabalhar com outros países da UE, como Itália, Polónia, Bélgica e Roménia, todos com preocupações semelhantes em relação ao acordo.

"Embora seja benéfico para diversos setores, não podemos sacrificar a nossa agricultura", salientou Macron, que acrescentou que os países aliados buscam implementar condições que permitam "dizer basta" em caso de desestabilização dos mercados.

O presidente francês referiu um precedente positivo: "Este é o tipo de cláusula que já aplicamos, por exemplo, com a Ucrânia. Funcionou na altura e é precisamente isso que ambicionamos agora."

A conclusão do acordo deve assegurar que sejam atendidas "as preocupações legítimas dos setores agrícolas", afirmou Macron, que revelou que houveram já "primeiros contactos" com líderes argentinos e brasileiros, através do ministro do Comércio, Laurent Saint-Martin.

No entanto, Macron foi claro: "Se o acordo continuar na sua forma atual, a França irá opor-se e fará esforços para garantir uma minoria de bloqueio que impeça a sua implementação."

Em junho, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva comentou que o entendimento, que envolve 31 países, não visa desfavorecer os produtores franceses e criticou a França por falta de sensibilidade. Ele enfatizou que o Parlamento Europeu deve aprovar o acordo de forma consensual, não como um entendimento apenas entre a França e o Brasil.

O acordo, que inclui Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, poderá abrir portas à exportação de mais automóveis, máquinas e bebidas espirituosas da UE em troca da importação de carne, açúcar, arroz, mel e soja da América do Sul, sendo apoiado por países como a Alemanha e Espanha, mas enfrentando resistência de outras nações europeias.

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