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Netanyahu assegura regresso dos reféns durante visita ao kibutz Nir Oz

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, comprometeu-se a trazer todos os reféns de volta, numa visita marcada pela dor e protestos de moradores do kibutz atacado pelo Hamas.

03/07/2025 18:55
Netanyahu assegura regresso dos reféns durante visita ao kibutz Nir Oz

Na sua primeira visita ao kibutz Nir Oz, um dos locais afectados pelo ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez uma promissora declaração. "Estou profundamente empenhado em garantir o regresso de todos os nossos reféns, sem exceção. Ainda há 20 vivos e alguns mortos, e vamos trazê-los todos de volta", afirmou Netanyahu num vídeo divulgado pelo seu gabinete, ao qual a agência de notícias AFP teve acesso.

Recebido por sobreviventes do ataque e por reféns já libertados, Netanyahu respondeu ao convite da pequena comunidade rural, que sofreu gravemente durante os eventos de outubro. Contudo, a sua chegada foi marcada por protestos: um grupo de manifestantes manifestou-se à entrada do kibutz, forçando os veículos da comitiva governamental a alterar o percurso e gritando palavras de descontentamento como "corrupto" e "assassino".

De acordo com relatos, entre os sequestrados em Nir Oz, nove permanecem ainda em cativeiro, com quatro deles presumivelmente vivos. Netanyahu expressou a dor sentida pela comunidade: "Aqui sentimos no mais profundo da alma a magnitude da dor, a profundidade do luto, o trauma que atingiu toda uma comunidade".

A visita do primeiro-ministro ocorre num contexto de profunda crise, 636 dias após os atentados que resultaram em 1.200 vítimas mortais em território israelita. Este longo interregno levou à exclusão de membros do governo de eventos que marcaram o primeiro aniversário dos ataques, no ano passado.

No kibutz Nir Oz, cerca de 40 pessoas perderam a vida e 77 foram raptadas, incluindo a família Bibas, cujos corpos foram recuperados durante as tréguas. Emocionada, Reuma Quedem, que viu morrer a filha, genro e três netos no ataque, desabafou na rede social X: "O sangue da minha filha, do meu genro e dos meus netos está nas vossas mãos".

Em um vídeo que circulou nos meios de comunicação israelitas, a mãe de um refém, Einav Zangauker, foi filmada a abraçar Netanyahu e a primeira-dama, Sara Netanyahu, que o acompanhou durante a visita.

Desde o começo deste mês, o governo de Israel permitiu o regresso a 12 kibutz, onde as obras de reabilitação foram finalizadas ou não eram necessárias, após a suspensão das medidas de segurança.

A conflitante situação em Gaza, que abriga mais de dois milhões de habitantes, teve início em outubro de 2023, após uma ofensiva do Hamas em Israel. Este ataque ocasionou cerca de 1.200 mortes e 251 reféns, levando a uma resposta militar israelita que já contabiliza mais de 57.000 mortes em Gaza, resultando na destruição de infraestruturas e numa grave crise humanitária.

Dentre as 251 pessoas raptadas em outubro de 2023, 49 continuam detidas em Gaza, com 27 delas já declaradas mortas pelas forças armadas israelitas. O Hamas, que controla a região desde 2007, é designado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

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