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Relatora da ONU para a Palestina obstinada perante sanções dos EUA

Francesca Albanese, relatora da ONU para os Territórios Palestinianos, reafirmou o compromisso com a sua missão, desafiando as sanções impostas pelos EUA após as suas críticas a Israel.

há 7 horas
Relatora da ONU para a Palestina obstinada perante sanções dos EUA

A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinianos, Francesca Albanese, declarou hoje que está determinada a prosseguir com o seu trabalho, não obstante as sanções decretadas pelos Estados Unidos, que ocorreram após as suas acusações a Israel de "genocídio" em Gaza.

Em uma conferência de imprensa em Liubliana, na Eslovénia, Albanese classificou as sanções como tentativas "calculadas para enfraquecer a sua missão", enfatizando que, apesar dos desafios, não irá desistir.

As sanções foram anunciadas pelo secretário de Estado norte-americano, que acusou a relatora de "antissemitismo flagrante" e de encetar uma "campanha" contra Israel. Marco Rubio, através das redes sociais, afirmou que as ações políticas e económicas de Albanese não serão mais toleradas, assegurando o compromisso dos EUA em apoiar Israel no seu direito à autodefesa.

A liderança do Departamento de Estado dos EUA, que desde a administração de Donald Trump boicota as reuniões do Conselho de Direitos Humanos da ONU, denunciou que Francesca Albanese estava a pressionar o Tribunal Penal Internacional (TPI) para que tomasse ações contra autoridades norte-americanas e israelitas.

Em resposta às sanções, o Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, apelou aos Estados Unidos para que reverterem a sua decisão, destacando que os ataques a titulares de mandatos de Procedimentos Especiais ou instituições como o TPI devem cessar.

O presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, embaixador suíço Jürg Lauber, também expressou a sua preocupação com as sanções à relatora e incentivou todos os Estados-membros da ONU a cooperarem com os relatores especiais, evitando atos de intimidação.

Francesca Albanese, que ocupa o cargo desde 2022, tem enfrentado críticas e ameaças, particularmente de Israel e seus aliados, por suas declarações contundentes desde o início da guerra a partir do ataque do movimento Hamas a 7 de outubro de 2023.

Recentemente, o secretário de Estado dos EUA acusou-a de "antissemitismo descarado" e de apoiar o terrorismo, referindo-se a um relatório que Albanese apresentou, onde criticou o envolvimento de empresas, especialmente americanas, nos esforços coloniais israelitas.

Volker Türk lembrou que, em casos de desacordos profundos, os Estados-membros da ONU devem buscar diálogos construtivos e não medidas punitivas, realçando que é necessário mais debate sobre os direitos humanos, não menos.

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