Reunião de Finanças do BRICS: Brasil, China e Rússia promovem colaboração pré-cimeira

No contexto da cimeira de líderes dos BRICS, que se aproxima, os ministros das Finanças do Brasil, China e Rússia intensificaram o diálogo financeiro. Na quinta-feira, Fernando Haddad, responsável pela pasta brasileira, encontrou-se com o seu homólogo chinês, Lan Fo'an, onde acordaram a assinatura de um memorando para "reforçar o diálogo e a cooperação financeira, tanto em níveis bilaterais como multilaterais". A informação foi divulgada pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com sede em Xangai, na China.

Diversamente, os dois ministros reiteraram o compromisso do Brasil, anfitrião da Cimeira Mundial do Clima (COP30) este ano, e da China na luta contra as alterações climáticas, apoiando ainda as discussões em curso sobre a criação de um fundo para a preservação das florestas tropicais.

Ainda em outra reunião, Haddad conversou com o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, abordando "o estado atual da economia global e os progressos do grupo BRICS", que inclui Brasil, China, Rússia e outras economias do Sul Global. Ambos os líderes concordaram na "importância de explorar oportunidades de cooperação bilateral e multilateral, partilhando experiências e boas práticas".

Nesse sentido, foi assinado um memorando de entendimento visando estabelecer um diálogo económico e financeiro, a nível técnico, entre Brasil e Rússia, semelhante aos acordos que o Brasil mantém com outros parceiros estratégicos.

Este ano, o Brasil ocupa a presidência rotativa dos BRICS. Haddad será o anfitrião da primeira reunião de ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do grupo, assim como da décima reunião anual do Conselho de Governadores do NDB, que ocorrerão entre esta sexta-feira e sábado, no Rio de Janeiro.

Esses eventos antecedem a cimeira de líderes do BRICS, programada para os dois dias subsequentes, de que não participarão o Presidente russo, Vladimir Putin, nem o líder chinês, Xi Jinping.

O BRICS é um fórum que promove a cooperação diplomática e económica entre os seus membros, que incluem o Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além de países como Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão, Indonésia e a Arábia Saudita, cuja adesão ainda está em processo de formalização.