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Suspeito de homicídio em Idaho admite culpa e evita pena de morte

Bryan Kohberger, acusado do homicídio de quatro estudantes em Idaho, declarou-se culpado dos crimes para evitar a pena capital, decisão que gerou descontentamento entre as famílias das vítimas.

há 5 horas
Suspeito de homicídio em Idaho admite culpa e evita pena de morte

Bryan Kohberger, o homem acusado de assassinar quatro estudantes universitários em novembro de 2022 no estado de Idaho, nos EUA, admitiu a sua culpa na segunda-feira, com o objetivo de escapar à pena de morte. Este entendimento com os procuradores norte-americanos envolveu a confissão a quatro acusações de homicídio, em troca da não solicitação da pena capital, conforme reportou a agência Associated Press.

Originalmente, a audiência em tribunal que iria discutir a pena de morte foi antecipada para esta quarta-feira, após o acordo estabelecido com a acusação. No entanto, a decisão de evitar a pena de morte foi criticada por familiares das vítimas, que expressaram a sua desaprovação num comunicado, lamentando a rapidez com que as autoridades pareceram querer encerrar o caso, sem consultar devidamente os mesmos.

"O problema é que estão a tentar forçar a confissão de culpa para 02 de julho, dando às famílias apenas um dia para chegarem a Boise", a cidade onde irá ocorrer a audiência, referiu Sharon Gray, advogada de defesa de uma das famílias, num comunicado partilhado pela CNN.

As autoridades locais responderam a um alerta durante a madrugada de 13 de novembro de 2022, encontrando os corpos de quatro jovens - Kaylee Gonçalves, Ethan Chapin, Xana Kernodle e Madison Mogen - esfaqueados nas suas camas, presumivelmente durante o sono, numa habitação alugada nas proximidades do campus em Moscovo.

Na altura dos crimes, Kohberger era estudante de pós-graduação em justiça criminal na Universidade do Estado de Washington, localizada a cerca de 15 quilómetros da Universidade de Idaho. O suspeito foi detido posteriormente pelo FBI em Albrightsville, Pensilvânia, onde residiam os seus pais, tendo sido encontrado ADN correspondente ao material genético de uma faca deixada no local do crime.

As razões por trás da tragédia, assim como a escolha do assassino de não atacar dois colegas de quarto que estavam presentes, não foram esclarecidas. Segundo as investigações, dados de telemóveis e gravações de segurança indicam que Kohberger visitou o bairro das vítimas, pelo menos, doze vezes antes dos assassinatos.

O caso causou grande comoção na pequena comunidade de aproximadamente 25.000 habitantes, gerando uma intensa busca pelo perpetrador. As investigações incluíram um elaborado rastreio a um carro branco que foi visto várias vezes em imagens de segurança nas proximidades da casa das vítimas, e a utilização de genealogia genética para identificar Kohberger como um potencial suspeito.

Os advogados do suspeito mencionaram que ele estava em viagem de longa duração sozinho no momento dos crimes. Numa carta direcionada às famílias, obtida pela ABC News, os procuradores informaram que a defesa tinha contactado as autoridades para discutir a possibilidade de um acordo.

A defesa de Kohberger tentou anteriormente eliminar a pena de morte como uma opção, argumentando que o diagnóstico de autismo do seu cliente atenuaria a sua culpabilidade.

Os procuradores também esclareceram que se reuniram na semana passada com familiares das vítimas disponíveis antes de decidir avançar com uma oferta a Kohberger. "Esta resolução é a nossa sincera tentativa de buscar justiça para as famílias", afirmaram na mesma carta. "Este acordo assegura que o arguido será condenado e passará o resto da sua vida atrás das Grades, evitando que as famílias enfrentem a incerteza de anos em apelos pós-condenação. A opinião das famílias foi fundamental na nossa decisão, e esperamos que compreendam o nosso raciocínio, considerando esta resolução como a melhor opção para a justiça."

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