Tribunal Europeu qualifica crimes da Rússia como genocídio
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros aplaudiu as decisões do TEDH que responsabilizam Moscovo por atrocidades e confirmam a intenção genocida da Rússia na Ucrânia.

Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, declarou que as recentes decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) evidenciam os "objetivos genocidas" por trás da invasão russa. Segundo Sybiha, o tribunal foi taxativo ao afirmar que as forças russas perpetraram horríveis atrocidades na Ucrânia, incluindo execuções extrajudiciais, tortura, deportações de crianças, violações e opressão de liberdades fundamentais.
O juiz francês Mattias Guyomar, presidente do TEDH, sublinhou que a Rússia foi considerada culpada por atos que incluem a execução de civis e militares ucranianos, torturas, injustificada deslocação de civis e destruição massiva de bens durante operações na região do Donbass, no leste da Ucrânia.
Sybiha expressou ainda o seu apreço pela decisão relacionada com a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, onde o Kremlin foi responsabilizado pela tragédia que resultou na morte de 298 pessoas, em 2014, durante a guerra no leste da Ucrânia.
Classificando as decisões do TEDH como "históricas", o ministro enfatizou que a justiça começa a ser feita. "As mentiras russas acabaram. A Rússia é inteiramente responsável por este crime horrível", afirmou, destacando a necessidade de responsabilizar Moscovo e todos os que cometem crimes contra a Ucrânia.
Por outro lado, o Kremlin respondeu, declarando que não irá cumprir as decisões do TEDH, considerando-as irrelevantes.
Embora expulsa do Conselho da Europa em 2022, a Rússia ainda está sujeita à jurisdição do TEDH pelos atos cometidos durante o período em que era membro.
A invasão russa da Ucrânia começou a 24 de fevereiro de 2022, sob a alegação de proteger minorias separatistas e “desnazificar” o país, que se tem afastado da esfera de influência de Moscovo.