Ventos intensos complicam combate a incêndios na Síria
Ventos fortes exacerbam os incêndios em Latakia, um desafio para bombeiros que tentam conter as chamas. A província está a ser severamente afetada, com milhares de hectares em chamas.

No dia de hoje, 10 de julho, a situação na província de Latakia, no noroeste da Síria, tornou-se ainda mais crítica devido aos ventos intensos que favoreceram a propagação dos incêndios. Raed al Saleh, Ministro das Emergências e da Gestão de Catástrofes, destacou que o fogo está a alastrar-se numa zona montanhosa e de difícil acesso, especificamente no vale íngreme de Qastal Maaf.
Em resposta à emergência, as autoridades implementaram um plano detalhado que inclui o uso de maquinaria pesada para criar corta-fogos e isolar áreas afetadas. Contudo, foi alertado que a execução deste plano levará tempo considerável.
Os Capacetes Brancos, uma organização de socorro que faz parte dos esforços governamentais, também relataram através da sua conta na rede social X que a intensidade dos incêndios foi agravada não só pelos ventos, mas também pela presença de explosivos oriundos do conflito que assola o país.
Os socorristas emitiram alertas sobre novos focos de incêndio que surgem em vales e montanhas entre Qastal Maaf e Jabal al Nisr, divulgando ainda imagens aéreas com grandes nuvens de fumo originadas nas densa áreas florestais.
Para auxiliar no combate às chamas, as autoridades estão a enviar mais de 20 veículos de bombeiros, equipamentos especializados e escavadoras de outras províncias. O Iraque, por sua vez, comprometeu-se a enviar dez camiões, reboques-cisterna e pessoal especializado, somando-se ao apoio já oferecido por Jordânia, Turquia e Líbano, este último exclusivo no fornecimento de suporte aéreo.
As autoridades estimam que aproximadamente 14.000 hectares tenham sido consumidos pelas chamas nesta que é a oitava jornada de luta contra o fogo nas florestas da região. A Direção-Geral da Proteção Civil europeia indica que cerca de 8.500 pessoas foram afetadas pelo desastre. A contenção das chamas tem sido dificultada pela topografia acidentada, ausência de corta-fogos e a presença de engenhos explosivos, conforme reiterado pelas autoridades locais.