Arquipélago dos Bijagós à beira de um reconhecimento mundial
O Arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, poderá ser inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO, um marco significativo para a preservação da sua biodiversidade única.

O Arquipélago dos Bijagós, um verdadeiro tesouro de diversidade natural e cultural, está prestes a ser considerado Património Mundial. A decisão da UNESCO será conhecida a 11 de julho, em França, durante a 47.ª reunião do Comité do Património Mundial, que decorre entre os dias 10 e 16 de julho.
Este arquipélago, situado na costa ocidental de África, é composto por 88 ilhas e ilhéus, dos quais apenas 23 são habitados, acolhendo cerca de 33 mil pessoas, de uma população total de dois milhões na Guiné-Bissau. O reconhecimento do Arquipélago dos Bijagós como Património Mundial Natural seria uma conquista histórica não só para o país, mas também para a comunidade Bijagó, segundo o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), que liderou a candidatura.
As ilhas já possuem distinções da UNESCO, incluindo a classificação como Reserva da Biosfera em 1996 e o estatuto de Sítio RAMSAR em 2014, reconhecendo a importância das suas zonas húmidas. Após uma primeira candidatura rejeitada há mais de dez anos, uma nova proposta foi apresentada em fevereiro deste ano, obtendo uma avaliação positiva em maio, o que prepare o caminho para a inclusão na lista da UNESCO.
O IBAP apela à solidariedade dos guineenses para este objetivo, destacando que o estatuto de Património Mundial poderá impulsionar um modelo de desenvolvimento sustentável. A candidatura, que se intitula “Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós – OMATÍ MINHÕ”, foca-se em três parques naturais: o Parque Natural das Ilhas de Orango, o Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão, e a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok.
A diretora-geral do IPAB, Aissa Regalla de Barros, explicou que as ilhas que não fazem parte desses parques atuam como um buffer zone, tendo já sido classificadas como Reserva Mundial da Biosfera em 1996. O objetivo é resgatar estudos anteriores da UNESCO, abordando recomendações anteriores sobre a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável e a colaboração da comunidade guineense no processo.
Os parques naturais em foco são considerados vitais para a biodiversidade da região, servindo como áreas de alimentação para aves migratórias e locais de reprodução para espécies ameaçadas como tartarugas marinhas e tubarões. A evolução desta candidatura é, segundo os responsáveis, "muito mais robusta" que a tentativa anterior de 2013, dando esperanças de um futuro mais próspero para o património natural da Guiné-Bissau.