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Avanços na deteção precoce do Alzheimer por meio de nova tomografia cerebral

Uma nova tomografia cerebral desenvolvida no estudo HABS-HD pode identificar Alzheimer antes dos sintomas, abrindo caminho para diagnósticos precoces e tratamentos personalizados.

01/07/2025 22:05
Avanços na deteção precoce do Alzheimer por meio de nova tomografia cerebral

Desde 2012, um grupo de investigadores de diversas universidades nos EUA tem-se dedicado a entender os complexos fatores associados ao Alzheimer através do Estudo sobre Saúde e Envelhecimento do Cérebro - Disparidades em Saúde (HABS-HD). Este amplo estudo examina elementos biológicos, médicos, ambientais e sociais relacionados à doença.

Os dados revelam que atualmente, os adultos negros enfrentam taxas desproporcionais de afetados pelo Alzheimer e, até 2060, espera-se que os hispânicos sejam a população mais afetada, conforme relata Faye Brennan na BestLife.

Uma das grandes novidades provenientes deste estudo é uma nova técnica de tomografia cerebral, que promete auxiliar na identificação precoce do Alzheimer, antes que os pacientes comecem a experimentar dificuldades de memória ou cognitivas.

Publicados recentemente na revista Imaging Neuroscience, os resultados de uma investigação da Escola de Medicina Keck da USC indicam que a acumulação da proteína tau, crucial para o declínio cognitivo nos pacientes com Alzheimer, pode ser observada através de uma tomografia chamada 'Tau PET'. Este exame permite visualizar a concentração de tau, onde tons mais quentes, como amarelo e vermelho, denotam maior presença da proteína, e cores frias como verde e azul indicam níveis mais baixos.

No estudo, foi estabelecido que quando a acumulação de tau ultrapassa um certo limite, há um aumento significativo no risco de desenvolver Alzheimer. "O nosso limite de tau mostrou ser eficaz em distinguir participantes com comprometimento cognitivo, especialmente quando uma outra proteína anômala, a amiloide, estava presente", comentou Meredith N. Braskie, uma das autoras do estudo e professora assistente de neurologia na USC.

Apesar dos avanços, os investigadores detectaram um importante desafio: a eficácia do exame foi limitada a participantes hispânicos e brancos não hispânicos, não demonstrando confiabilidade nos resultados para participantes negros não hispânicos. "Isto sugere que outros fatores ou condições podem estar afetando o declínio cognitivo nesse grupo", acrescentou Braskie.

Esta descoberta é vital, pois permite que a comunidade científica compreenda as diferentes manifestações do Alzheimer entre as populações, indicando que a abordagem para tratamento e diagnóstico deve ser mais personalizada. Arthur W. Toga, diretor do Instituto Stevens de Neuroimagem e Informática da USC, afirmou: "O uso deste tipo de exame de imagem é essencial para identificar quem está em risco e compreender a evolução da doença. Estamos esperançados que este trabalho contribua para melhores práticas e resultados em todas as comunidades".

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