Cuba junta-se ao BRICS e marca presença na cimeira histórica
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, irá participar pela primeira vez na 17ª Cimeira dos BRICS, que foca a cooperação entre países do Sul Global.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, fará a sua estreia na 17ª Cimeira dos BRICS, que se realiza no Rio de Janeiro, representando pela primeira vez a ilha caribenha como membro associado. Esta associação, formalizada em 2025, foi aprovada durante a cimeira na cidade russa de Kazan.
Sob o tema 'Reforçar a cooperação no Sul Global para uma governação mais inclusiva e sustentável', a cimeira terá como principais objetivos estreitar laços entre os países do Sul Global e promover reformas nos mecanismos de governação internacional. Desde a sua fundação em 2009, o BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia e China, alargou-se em 2011 com a inclusão da África do Sul e, a partir de 2024, acolhe novos membros como o Egito e a Arábia Saudita.
Para este evento, o Brasil estendeu convites a líderes de várias nações latino-americanas, incluindo o México, Colômbia, Uruguai e Chile. O grupo, que visa reequilibrar a ordem mundial em prol do Sul Global, representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global.
Além das dinâmicas geopolíticas em jogo, os BRICS estarão atentos ao seu peso económico, especialmente no sector financeiro, onde há longas discussões sobre alternativas ao dólar para as transações comerciais internas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a relevância de criar mecanismos que favoreçam as economias emergentes, reconhecendo, no entanto, os desafios do actual panorama político internacional.
A ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, denunciou o uso de tarifas e sanções financeiras como instrumentos de pressão política, chamando a atenção para a ameaça de tarifas aduaneiras impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a países que desafiem a hegemonia do dólar.
Embora os presidentes Xi Jinping da China e Vladimir Putin da Rússia não estejam presentes fisicamente no Rio, a segurança da cimeira será rigorosa, com mais de 20.000 militares destacados e uma inusitada cobertura aérea, semelhante à mobilização durante a cimeira do G20 em 2016.