Daniel Chapo defende que acordo de paz em Moçambique está a ser respeitado
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, afirma que o acordo de pacificação está a ser cumprido, enquanto a oposição critica a falta de progresso nas promessas estabelecidas.

O presidente moçambicano, Daniel Chapo, assegurou que o acordo realizado para a pacificação do país após as eleições está a ser implementado com sucesso. Em declarações à agência Lusa, durante a sua participação na IV Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento das Nações Unidas em Sevilha, ele destacou que os partidos signatários do acordo estão satisfeitos e não expressaram queixas.
Chapo afirmou: “Quem assinou o acordo diz que está a ser cumprido. Nunca ouvimos reclamações dos signatários.” No entanto, a retórica do opositor Venâncio Mondlane contrasta com estas afirmações. Na passada quarta-feira, Mondlane criticou o cumprimento dos termos acordados durante as conversações, alegando que não estão a ser respeitados.
Diante disso, Chapo foi claro ao afirmar que Mondlane não faz parte do acordo firmado. “Esse é um aspeto muito importante. Não houve assinatura do acordo com Venâncio Mondlane. Não sei de que acordo ele está a falar. O acordo foi assinado com partidos políticos e Venâncio Mondlane ainda não tem partido”, explicou.
O Presidente reiterou que a avaliação do cumprimento do acordo deve ser feita por aqueles que o assinaram, afirmando que as partes envolvidas estão a mostrar-se satisfeitas com o progresso. “Só existe um único acordo, e os signatários estão contentes com a sua execução”, afirmou Chapo.
Após meses de tensão social e violência associada aos resultados eleitorais que resultaram em cerca de 400 mortes, os líderes políticos reuniram-se em momentos significativos ao longo do ano. Marcaram encontros em março e maio, onde reiteraram a necessidade de uma resolução pacífica para as disputas.
Por outro lado, Venâncio Mondlane, ex-candidato à presidência, manifestou a sua preocupação com a discrepância entre os acordos alcançados e a postura do Presidente. "O chefe de Estado parece contradizer os consensos firmados nas conversações que tivemos", lamentou.
Ele destacou a necessidade da libertação de jovens detidos em conexão com as manifestações, um ponto que deveria ser implementado como parte do processo de reconcialição, ao invés de ser rejeitado por questões de base legal.