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"Desafios para a 'Grande e Bela Lei' na Câmara de Representantes"

O ambicioso pacote orçamental de Trump enfrenta resistência na Câmara dos Representantes, com destacados congressistas republicanos a oporem-se à versão recentemente aprovada pelo Senado.

01/07/2025 23:40
"Desafios para a 'Grande e Bela Lei' na Câmara de Representantes"

O controverso pacote legislativo orçamental, apelidado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de "grande e bela lei", encontra-se agora sob pressão na Câmara de Representantes, onde vários congressistas republicanos manifestam a sua oposição à versão que foi aprovada recentemente pelo Senado.

Após um intenso debate que durou quase 24 horas, o Senado deu luz verde ao vasto projeto de lei orçamental com uma margem apertada de 51-50, contando com o voto de desempate do vice-Presidente, JD Vance. Contudo, três senadores republicanos - Rand Paul, Thom Tillis e Susan Collins - votaram contra a proposta, que agora se dirige à câmara baixa para a aprovação final.

Conforme noticiado pelo Axios, o líder da Câmara, Mike Johnson, está a enfrentar uma crescente insatisfação interna entre os seus colegas, tendo apenas três dias para conseguir a aprovação do projeto antes do prazo ditado por Trump, que é o 4 de julho, data do Dia da Independência.

O congressista republicano Ralph Norman expressou a sua preocupação, afirmando: "O nosso projeto de lei foi completamente alterado... É inviável". De acordo com fontes anónimas citadas pelo Axios, há "bem mais de 20" deputados da sua ala política que estão dispostos a votar contra a proposta.

Atualmente, os republicanos possuem a maioria na Câmara dos Representantes, com 220 cadeiras em comparação com 212 dos democratas.

Este pacote não só estende os cortes de impostos do primeiro mandato de Trump, como também propõe aumentos nas despesas em áreas como a defesa e o controlo da imigração, ao mesmo tempo que prevê cortes em programas de assistência, como o Medicaid.

Enquanto um grupo de senadores se opõe aos cortes nos programas sociais, outros expressam apreensão quanto às implicações fiscais, uma vez que o plano aprovado pela Câmara em maio poderá acrescentar cerca de 2,4 biliões de dólares (aproximadamente dois biliões de euros) à dívida pública na próxima década, segundo o gabinete de Orçamento do Congresso. O projeto do Senado pode elevar ainda mais o défice devido a alterações feitas ao longo do processo.

De acordo com estimativas independentes, a dívida dos Estados Unidos poderá crescer em até 3,3 biliões de dólares (quase 3 biliões de euros) durante a próxima década.

Cabe destacar que o Senado introduziu modificações, especialmente no que diz respeito ao Medicaid, um programa de saúde destinado a cidadãos com rendimentos mais baixos. O congressista republicano Chip Roy criticou a situação, afirmando: "Estão a recuar nos cortes de despesas, na contenção de despesas, que acreditamos serem essenciais para equilibrar as contas".

Além do desafio de resgatar o apoio de vários republicanos em um curto espaço de tempo, Johnson terá que lidar com complicações processuais, uma vez que a forma de aprovação legislativa escolhida exige uma maioria simples, mas apresenta regras específicas.

A votação no Senado encerrou um fim de semana particularmente tenso no Capitólio, com o grande pacote legislativo de Trump à beira de colapsar ou ser aprovado.

Por outro lado, o bilionário Elon Musk, que outrora era um aliado de Trump, criticou duramente o plano, avisando que a legislação poderá resultar em destruição de empregos e prejuízo para setores em crescimento. Em sua rede social, Musk descreveu o "último esboço do projeto de lei do Senado" como algo que "destruirá milhões de empregos e causará danos estratégicos ao país", considerando-o "absolutamente insano e destrutivo".

Em resposta, Trump insinuou a possibilidade de direcionar o Departamento de Eficiência Governamental contra Musk, afirmando que "poderíamos colocar o DOGE em cima do Elon. Sabem o que é o DOGE? O DOGE é o monstro que pode virar-se e devorar o Elon". Quando questionado sobre a possibilidade de expulsar Musk dos Estados Unidos, respondeu: "Não sei. Vamos ter de analisar".

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