Dalai Lama reafirma continuidade espiritual: Sucessão seguirá tradições tibetanas
Dalai Lama anuncia que irá reencarnar e que a sua sucessão será definida por rituais tradicionais, desafiando as intenções do governo chinês.

O Dalai Lama, atualmente com 89 anos, pôs um ponto final nas dúvidas sobre a continuidade da sua linhagem espiritual, afirmando que irá reencarnar e que a sucessão do seu cargo será efetuada conforme a tradição budista tibetana. Esta declaração, feita em uma mensagem de vídeo durante as celebrações que antecedem o seu 90.º aniversário, ocorre num momento crucial, onde as relações entre o Tibete e a China permanecem tensas.
Baseando-se nos rituais que têm sido praticados desde 1587, o líder espiritual sublinhou: "A instituição do Dalai Lama continuará". Ele destacou que a procura pelo seu sucessor deve seguir as normas estabelecidas e reafirmou que "ninguém mais tem autoridade para interferir nesta questão".
Tradicionalmente, a reencarnação de lamas tibetanos ocorre com a identificação de uma criança que alberga a alma do monge falecido, um processo que foi, no entanto, contestado pelo governo chinês. Desde a sua fuga para a Índia em 1959, após uma revolta contra a ocupação chinesa, o Dalai Lama tem liderado a administração tibetana no exílio, lutando pela autonomia do Tibet e pela salvaguarda da sua cultura.
As autoridades chinesas já manifestaram que o sucessor do Dalai Lama deverá ser escolhido sob a sua supervisão, reforçando a sua posição à medida que o líder espiritual avança em idade. Enquanto isso, os principais lamas do budismo tibetano iniciaram hoje uma conferência em Dharamshala para discutir o futuro da sucessão, um tema de grande importância para a comunidade e para a continuidade do legado espiritual do Dalai Lama.