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França celebra decisões favoráveis sobre tarifas chinesas para conhaques da UE

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros expressou satisfação com as isenções às tarifas chinesas sobre conhaques, mas alerta para a necessidade de uma maior inclusão.

04/07/2025 23:55
França celebra decisões favoráveis sobre tarifas chinesas para conhaques da UE

O ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Noël Barrot, manifestou hoje a sua satisfação relativamente à decisão da China de encerrar a investigação sobre os conhaques europeus, destacando "o vasto leque de isenções" das tarifas alfandegárias aplicadas a bebidas, incluindo o conhaque francês. Contudo, Barrot sublinhou que ainda existem pontos cruciais a serem abordados, nomeadamente a exclusão de certas empresas das isenções.

Durante uma conferência de imprensa em Paris com o seu homólogo chinês, Wang Yi, o ministro francês expressou preocupações sobre a exclusão de algumas marcas do acordo e sobre a necessidade de eliminar as restrições fiscais. Barrot mencionou que Wang Yi informou o Presidente Emmanuel Macron sobre a possibilidade de um acordo satisfatório.

A partir de sábado, Pequim começará a aplicar taxas 'antidumping' sobre diversas bebidas espirituosas da União Europeia, com o foco maior no conhaque francês, como resposta às tarifas europeias sobre veículos elétricos chineses. A taxa mais elevada de 34,9% recairá sobre o grupo francês Hennessy, enquanto Rémy Martin e Martell enfrentarão taxas de 34,3% e 27,7%, respetivamente. No entanto, as autoridades chinesas abriram a possibilidade de isenções para os principais produtores, contanto que mantenham os preços acima de um nível mínimo.

Esta decisão surge antes da divulgação das conclusões da investigação 'antidumping', desencadeada como retaliação a uma investigação da UE sobre subsídios à indústria automóvel da China. A indústria de conhaque francesa, que já viu uma perda estimada em 50 milhões de euros por mês devido à investigação, espera que essas medidas ajudem a reverter a situação.

A Associação dos Produtores de Conhaque (BNIC) classificou a decisão como um resultado "menos desfavorável", enquanto Barrot afirmou que a indústria foi "salva" e que o diálogo com Pequim criou um ambiente favorável para encontrar soluções construtivas.

Na conferência, Wang Yi também destacou que foi alcançado um consenso significativo, reiterando a diferença entre a abordagem da China e a de certos países, nomeadamente os Estados Unidos, que usam tarifas como uma forma de pressão, o que, segundo ele, perturba a estabilidade das cadeias de abastecimento globais.

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