Governo afasta acusações de ideologia e reafirma foco no seu programa
O ministro da Presidência afirma que as recentes alterações nas áreas da imigração e cidadania visam apenas a execução do programa do executivo, desconsiderando a interpretação ideológica.

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro rejeitou a ideia de que o Governo está a implementar uma agenda ideológica ao realizar alterações significativas nas políticas de imigração e na disciplina de cidadania logo nas primeiras semanas de mandato. O ministro enfatizou que estas ações estão em consonância com o programa do executivo.
"O nosso trabalho é garantir o cumprimento do programa que apresentámos. Não estamos a seguir, mas sim a liderar", declarou o ministro, respondendo a questões sobre a possibilidade de as modificações estarem alinhadas com uma agenda de direita.
Leitão Amaro também reprovou a ideia de que outras iniciativas já promovidas pelo Governo, como a proposta de redução do IRS e a proibição do uso de telemóveis nas escolas para os mais jovens, teriam um caráter ideológico. "Não pretendo ressoar uma expressão que se tornou famosa, mas a verdade é que foi por isso que fomos escolhidos, para impulsionar a transformação", disse.
O ministro lembrou que cada decisão governamental é fundamentada num "mandato eleitoral" renovado em maio e defendeu que a maturidade da democracia portuguesa permite uma abordagem mais complexa às questões políticas. "A ideia de que certos assuntos pertencem exclusivamente a determinados nichos ideológicos está a perder sentido à medida que os portugueses se manifestam e a democracia avança", comentou, questionando a relevância de categorizações simplistas.
Na sua visão, o Governo tem apenas procurado responder de forma eficaz a "dificuldades e problemas" preexistentes na sociedade. "As medidas em matéria de imigração e nacionalidade foram discutidas antes das eleições porque acreditamos nelas... O nosso porto seguro é o nosso programa de Governo, baseado no nosso programa eleitoral", concluiu António Leitão Amaro.