Inquérito inédito em Cabo Verde visa mapear diáspora global
Cabo Verde inicia um inquérito para identificar e compreender a sua diáspora em todo o mundo, com previsão de conclusão até 2026 e apoio internacional.

O Governo de Cabo Verde deu início, hoje, ao inquérito principal do Mapeamento da Diáspora no Mundo, uma iniciativa que visa reunir dados sobre os emigrantes cabo-verdianos em várias nações. Esta operação, abrangendo mais de 42 países nos cinco continentes, decorrerá ao longo dos próximos 90 dias e irá envolver todos os cabo-verdianos, desde a primeira até à quarta geração, conforme destacou o ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, durante a cerimónia de lançamento em Luanda, Angola.
Angola foi escolhida como local do evento devido à sua significativa comunidade de emigrantes cabo-verdianos, onde Figueiredo já exerceu funções como embaixador. Outros países com grandes comunidades de cabo-verdianos incluem os Estados Unidos, Portugal, Países Baixos, Luxemburgo e França.
Através das informações obtidas no inquérito, o Governo compromete-se a desenvolver "políticas públicas mais justas, eficazes e inclusivas", que reforcem o diálogo com os países acolhedores e valorizem as contribuições económicas, sociais e culturais da diáspora, integrando-a no esforço de desenvolvimento da nação.
Trata-se da primeira vez que Cabo Verde realiza uma operação estatística tão abrangente e sistemática fora do seu território. O início deste processo foi aprovado em junho de 2023, contando com a colaboração do Banco Mundial e da Organização Internacional das Migrações (OIM). O Instituto Nacional de Estatística (INE) ficará responsável pela execução do projeto, que deverá ser concluído em 2026.
Em 2024, as remessas dos emigrantes para Cabo Verde atingiram um recorde de 30,6 mil milhões de escudos (278 milhões de euros). Estima-se que 1,5 milhões de cabo-verdianos e seus descendentes residam fora do país, um número que é aproximadamente três vezes superior à população residente no arquipélago, que ronda os 500 mil habitantes.