Israel aumenta apropriação de terras para reforçar colonatos na Cisjordânia
Israel confiscou terrenos nas aldeias de Al-Mughayir e Jaba, intensificando a construção de colonatos na Cisjordânia, enquanto se aguardam negociações de cessar-fogo com o Hamas após 21 meses de conflito.

Hoje, Israel procedeu ao confisco de milhares de metros quadrados de terrenos nas aldeias de Al-Mughayir e Jaba, situadas a nordeste de Ramallah, no contexto de uma nova fase de expansão dos colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada, conforme relataram fontes locais.
A Comissão de Resistência aos Muros e Colonatos na Palestina, um organismo do Governo de Ramallah, citada pela agência de notícias Wafa, indicou que a área em questão abrange o assentamento ilegal de Malakhi HaShalom, criado em 2015 em terrenos que pertencem à aldeia de Al-Mughayir.
A decisão israelita foi justificada com a classificação das terras como "propriedade estatal", uma manobra que, segundo afirmaram, integra um plano mais amplo para regularizar e expandir os colonatos, especialmente o de Malakhi HaShalom.
Na Cisjordânia ocupada, os colonos israelitas residem em assentamentos que, apesar de serem considerados ilegais pelas normas internacionais, frequentemente beneficiam de apoio e financiamento estatal.
Com esta recente medida, a área total confiscada sob a designação de "terras estatais" subiu para 25.824 dunams (equivalente a 25.824.000 metros quadrados), originando-se de 12 ordens de confisco diferentes.
Além disso, a escalada territorial trouxe consigo um aumento de ataques de colonos contra comunidades palestinas, bem como contra as próprias forças de segurança israelitas. Desde outubro de 2023, mais de 60 comunidades pastoris palestinianas foram deslocadas à força devido à violência perpetrada pelos colonos, segundo a ONG israelita B'Tselem.
Nos últimos 19 meses, os colonos formaram 87 novos "postos avançados", etapa anterior à criação de um colonato, além de estabelecer pelo menos 40 colonatos judeus, conforme reporta a ONG Peace Now, que monitora a situação na área. Todos esses assentamentos são considerados ilegais segundo o direito internacional e representam um obstáculo significativo para a formação de um Estado palestiniano.
A declaração sobre a ampliação dos colonatos surge em um período em que se espera o desfecho das negociações entre Israel e o grupo palestiniano Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, após 21 meses de conflito devastador para a região.