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Lula alerta para os perigos do negacionismo ambiental na cimeira dos BRICS

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, condenou o negacionismo e o unilateralismo que ameaçam o futuro ambiental durante a XVII Cimeira do BRICS no Rio de Janeiro.

há 2 horas
Lula alerta para os perigos do negacionismo ambiental na cimeira dos BRICS

No último dia da XVII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do BRICS, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, alertou sobre o "negacionismo e o unilateralismo" que estão a prejudicar o futuro ambiental. O discurso foi feito perante representantes de cerca de 30 países e diversas organizações internacionais, reunidos na cidade do Rio de Janeiro.

Durante a sessão plenária dedicada ao "Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global", Lula sublinhou que "o aquecimento global avança de forma mais rápida do que o esperado" e que "as florestas tropicais estão a ser empurradas para a sua irreversibilidade". O Presidente expressou ainda a sua preocupação com a falta de recursos necessários para uma transição justa e planeada, que considera crucial para um novo ciclo de prosperidade.

Além disso, apontou que os países em desenvolvimento são os que mais sofrerão com perdas e danos, sendo também os que têm menos capacidade para implementar medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Ressaltou que o Brasil, por albergar a Amazónia, um dos ecossistemas mais importantes do mundo, tem um papel significativo a desempenhar na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30) que se realizará em novembro, em Belém.

Ainda assim, a obtenção de um consenso ambicioso no seio dos BRICS é considerada desafiadora, dado que o grupo inclui grandes produtores de hidrocarbonetos como a Arábia Saudita, a Rússia, o Irão e os Emirados Árabes Unidos, bem como a China, um dos países com maiores emissões a nível global.

A cimeira atual também aborda a proposta do Brasil para a criação de uma aliança global destinada à erradicação de doenças negligenciadas, como a malária e a tuberculose, que afetam especialmente as populações mais vulneráveis.

Este encontro, que marcou a presença de líderes de todas as nações BRICS, foi notável pela ausência do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que participou por videoconferência devido à sua situação legal, e do presidente da China, Xi Jinping, substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang.

Os temas centrais em debate incluem a reforma das organizações internacionais, a promoção do multilateralismo, e a luta contra a fome e a pobreza, num bloco que representa mais de 40% da população mundial e cerca de 35% do PIB global.

O BRICS, que começou por incluir Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acolhe agora seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia, além de vários países associados.

#Ambiente #LulaNoBRICS #AçãoClimática