Mais de 70% dos Sítios Patrimoniais da Unesco em Risco Hídrico
Um estudo alerta que a escassez ou o excesso de água ameaça quase três quartos dos sítios classificados como Património Mundial pela Unesco, com medidas adequadas a poderem mitigar a situação.

Um recente relatório elaborado pelo Instituto de Recursos Mundiais (WRI) e pela UNESCO revela que cerca de 73% dos aproximadamente 1.200 sítios reconhecidos como Património Mundial em todo o mundo enfrentam sérios riscos relacionados com a água. A escassez de água e o "stress hídrico" afetam 40% desses locais, enquanto 33% estão sob o perigo de inundações. Além disso, 21% dos sítios experimentam uma inconstância na disponibilidade de água, podendo ser alagados em determinados anos e sofrer de escassez em outros.
O estudo indica que, sem intervenções adequadas ao nível local, nacional e internacional, a situação tende a piorar. Para 2050, estima-se que 44% dos sítios enfrentem um "stress hídrico" elevado ou muito elevado, uma agravante em comparação com os 40% atuais. As regiões mais vulneráveis incluem o Médio Oriente, o Norte de África, partes do Sul da Ásia e o Norte da China.
Particularmente em risco está a área dos Ahwar no Iraque, que abriga importantes zonas húmidas e vestígios da civilização mesopotâmica, assim como as Cataratas Vitória na Zâmbia e Zimbabué. Por outro lado, o sítio arqueológico de Chan-Chan, no Peru, e santuários de aves migratórias na costa do Mar Amarelo, na China, enfrentam perigos significativos relacionados com inundações.
Em resposta a estes desafios, a China implementou, em 2018, uma proibição de projetos imobiliários na Baía de Bohai, uma medida celebrada por organizações ambientalistas e que pode servir de modelo para outras ações a nível global para proteger estes locais icónicos.