Mundo

ONG e ONU reprovam sanções dos EUA à relatora da ONU para a Palestina

Amnistia Internacional e Conselho dos Direitos Humanos da ONU criticam sanções dos EUA a Francesca Albanese, relatora para a Palestina, consideradas uma afronta aos direitos humanos.

há 7 horas
ONG e ONU reprovam sanções dos EUA à relatora da ONU para a Palestina

As organizações de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional e o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, manifestaram hoje a sua desaprovação face às sanções que os Estados Unidos impuseram à relatora especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese.

A Amnistia Internacional descreveu as sanções, que foram divulgadas esta quarta-feira pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, como "vergonhosas e de vingança". A secretária-geral da ONG, Agnès Callamard, afirmou que estas decisões representam uma continuação do ataque da administração anterior ao direito internacional e visam proteger o Governo israelita de eventual responsabilidade.

Rubio justificou as sanções ao acusar Albanese de "antissemitismo evidente" e de levar a cabo uma "campanha" contra Israel, afirmando que "a campanha política e económica de Albanese contra os Estados Unidos e Israel não será mais tolerada".

De acordo com a Amnistia Internacional, os relatores especiais têm a função de defender os direitos humanos e não de agradar a governos, especialmente num momento em que a sobrevivência dos palestinianos na Faixa de Gaza está em risco. Albanese tem sido uma voz crítica sobre as ações israelitas, incluindo acusações de genocídio.

O presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Jürg Lauber, lamentou a decisão americana e apelou a todos os membros da ONU para colaborarem com os relatores especiais, evitando quaisquer atos de intimidação.

Após várias ameaças recebidas, Albanese tem continuado a responsabilizar Israel por crimes de guerra na Faixa de Gaza. As sanções dos EUA surgem em resposta a uma ordem executiva assinada em fevereiro por Donald Trump, que visava impedir a colaboração com a investigação do Tribunal Penal Internacional sobre Israel.

Com estas sanções, Albanese poderá enfrentar restrições de viagem e confiscação de bens nos EUA. A secretária-geral da Amnistia Internacional enfatizou que estas medidas são parte de uma estratégia para silenciar aqueles que se levantam em defesa dos direitos humanos dos palestinianos, instando os Estados a rejeitar estas sanções e a pressionar o governo norte-americano pela sua revogação.

#DireitosHumanos #SolidariedadePalestina #JustiçaGlobal