Protestos em Pamplona desafiam tradição da largada de touros durante festas de São Firmino

As festividades de São Firmino em Pamplona, que tiveram início no dia 6 de julho, incluem entre as suas tradições mais antigas a famosa largada de touros. Contudo, antes do arranque oficial dos festejos, a cidade acolheu uma manifestação em protesto contra este evento, organizada pelas associações AnimaNaturalis e PETA.

Segundo o jornal La Gaceta, o objetivo do protesto foi evidenciar o sofrimento dos touros durante as corridas, além de incitar um debate sobre as práticas tradicionais das festas. A concentração teve destaque uma performance que ocorreu em frente à Câmara Municipal, na qual uma ativista vestida de Virgem Maria estava rodeada por indivíduos caídos no chão, que simularam estar mortos e usavam cornos de touro como parte do seu visual.

O ato começou pelas 12h00 locais (11h00 em Portugal) e, sob a frase “Não em nome do povo, não em nome das festas de São Firmino”, os manifestantes enfatizaram a contradição entre a celebração da compaixão e a aceitação da violência contra os animais em nome da tradição.

Um jovem presente na cena expressou o seu descontentamento com o protesto, afirmando que “deviam ter vergonha”. Em contraponto, os ativistas responderam com a exaltação da luta pelos direitos dos animais, gritando “São Fermino é 50”, comemorando assim cinco décadas de ativismo.

As festividades de São Firmino decorrem de 6 a 14 de julho e a sua parte mais conhecida é o 'encierro', que atrai tanto habitantes quanto turistas que se desafiam a correr à frente dos touros durante o evento matinal. Antes das largadas, é comum que os participantes façam uma oração, numa tradição que, inspirada na obra de Ernest Hemingway, fez fama mundial.

A celebrar o mesmo evento, outras cidades espanholas como Barcelona, Madrid, Bilbao e Sevilha, bem como várias localidades na Argentina, também se unem às festividades em honra de São Firmino.