Trump manifesta otimismo sobre possível acordo entre Israel e Hamas
O presidente dos EUA, Donald Trump, acredita na possibilidade de um acordo na próxima semana que poderá levar à libertação de reféns israelitas retidos pelo Hamas, destacando boas perspectivas nas negociações em Doha.

O presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou hoje a sua convicção de que "boas hipóteses" existem para alcançar um acordo com o movimento islamita palestiniano Hamas na próxima semana, o que poderá resultar na libertação dos reféns israelitas que se encontram na Faixa de Gaza.
Durante uma declaração aos jornalistas antes de embarcar no seu avião com destino a Washington, Trump destacou: "Já libertámos muitos reféns, e acreditamos que em relação aos restantes, a maioria poderá ser libertada esta semana."
As negociações indiretas entre Israel e o Hamas, que visam um cessar-fogo e a libertação de reféns, tiveram início hoje em Doha, no Qatar. Os diálogos concentram-se sobre os métodos de execução do acordo, que inclui uma troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos atualmente aprisionados em Israel, conforme revelou uma fonte à AFP. As conversações começaram às 18:30 GMT (19:30 em Lisboa) através de mediadores.
O documento fundamental das negociações contempla um cessar-fogo temporário de 60 dias, a libertação de reféns e a abertura de corredores humanitários para a entrada de assistência em Gaza. Durante este período, os Estados Unidos comprometer-se-ão a assegurar a conformidade de Israel com a trégua, suspendendo as operações de voos militares por um tempo diário que oscila entre 10 a 12 horas.
Prevê-se que, ao longo dos 60 dias de cessar-fogo, sejam libertados 10 reféns vivos e 18 israelitas, em várias etapas de liberação que se estendem durante este prazo. Em contrapartida, Israel deverá libertar um número indefinido de prisioneiros palestinianos.
O acordo ainda estabelece que o Hamas deve fornecer uma "prova de vida" dos reféns restantes até ao décimo dia das negociações. Além disso, Israel permitirá a entrada de ajuda humanitária urgente, bem como materiais essenciais para restabelecer infraestruturas básicas, como abastecimento de água e eletricidade.
A distribuir a ajuda estarão as Nações Unidas e o Crescente Vermelho da Palestina. A retirada gradual das forças israelitas para locais específicos também faz parte do plano, assim como a entrada em discussões para um cessar-fogo permanente e acordos de segurança a longo prazo, mediadas pelo Egito, Qatar e EUA.
Donald Trump pretende supervisionar diretamente o cumprimento do acordo, enquanto o seu enviado para o Médio Oriente, Steve Witkoff, liderará as negociações no terreno. Caso as conversações não se concretizem nos 60 dias estabelecidos, a possibilidade de prorrogação do cessar-fogo temporário estará em consideração.
Segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, mais de 57.300 palestinianos perderam a vida e mais de 132.000 ficaram feridos desde o início do conflito.