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"Reconhecimento da Rússia aos Talibãs: Um Marco nas Relações Internacionais"

O reconhecimento formal da Rússia do governo talibã é visto como um passo corajoso, que poderá abrir novas possibilidades diplomáticas para o Afeganistão, segundo os líderes talibãs.

há 7 horas
"Reconhecimento da Rússia aos Talibãs: Um Marco nas Relações Internacionais"

O regime talibã afirmou hoje que a Rússia, ao reconhecer oficialmente o seu governo como a legítima autoridade do Afeganistão, tomou uma decisão "corajosa e histórica". Mawlawi Amir Khan Muttaqi, ministro dos Negócios Estrangeiros talibã, considerou que este gesto estabelece um "precedente positivo" nas relações bilaterais.

Muttaqi disse que este reconhecimento marca o início de um "processo formal de reconhecimento" do governo talibã, manifestando esperança de que esta iniciativa se mantenha em evolução.

A notícia surge no contexto em que Moscovo se tornou a primeira grande potência mundial a oferecer reconhecimento diplomático oficial aos talibãs, rompendo assim com o consenso global que prevaleceu desde a ascensão do regime islamista ao poder em agosto de 2021.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão sublinhou que este reconhecimento é "histórico para o estreitamento das relações entre o Afeganistão e a Rússia". O chefe da diplomacia talibã enfatizou a procura por relações "positivas, construtivas e respeitosas" com a comunidade internacional, afirmando que "é tempo de o Afeganistão assumir o seu papel como um elo entre a Ásia Central e a Ásia do Sul".

Presentemente, os talibãs mantêm representações diplomáticas em pelo menos 14 nações, como Turquia, China e Paquistão, sendo a Rússia a primeira a reconhecer oficialmente o regime.

Uma etapa importante que antecedeu este reconhecimento foi a promulgação, em dezembro de 2024, de uma lei pelo Presidente russo Vladimir Putin, que excluiu os talibãs da lista de organizações terroristas da Rússia – uma medida fundamental para o reconhecimento oficial.

Desde 2003, os talibãs tinham estado na lista devido a alegações de terrorismo e ligações a grupos armados na Chechénia. Antes da retirada militar dos EUA e da tomada de Cabul em 2021, a Rússia já tinha iniciado contactos com o grupo, incluindo a recepção de várias delegações talibãs em Moscovo.

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