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Sócrates desvia críticas da PT para Passos Coelho

José Sócrates defende a sua gestão à frente da PT e responsabiliza o governo de Passos Coelho pela deterioração da operadora, durante o julgamento da Operação Marquês.

há 6 horas
Sócrates desvia críticas da PT para Passos Coelho

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, hoje a ser ouvido no âmbito do julgamento da Operação Marquês, contestou as acusações do Ministério Público (MP) que o implicam em favorizar o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, na antiga Portugal Telecom (PT). Durante a sua intervenção, Sócrates argumentou que foi o seu Governo que efetivamente acabou com o monopólio da PT, permitindo a entrada de outros operadores no mercado, e que a verdadeira “desgraça” da antiga operadora se deu sob a presidência de Passos Coelho.

O ex-primeiro-ministro apresentou dados à juíza Susana Seca, demonstrando que no seu tempo, a gestão financeira da PT era eficiente e que as aplicações em depósitos a prazo se mantinham em níveis seguros. Em contrapartida, foram os anos entre 2012 e 2014, durante o governo social-democrata, que viram mais de 90% dos excedentes de tesouraria investidos em títulos de dívida do BES, um movimento que Sócrates atribuiu diretamente à administração de Passos Coelho.

“A partir de 2012, toda a aplicação de verbas do BES começou no governo de Passos Coelho”, sublinhou, defendendo a ideia de que a sua administração tinha uma posição privilegiada para vigiar a PT, questão que a administração da Caixa Geral de Depósitos poderia ter minimamente garantido. Afirmou que o governo anterior foi "cúmplice" ao assistir passivamente à queda da operadora.

Relativamente à polémica sobre a venda da Vivo, Sócrates rejeitou as versões do MP que sugerem uma influência direta de Salgado nesta decisão, considerando-as "amalucadas". “Nunca houve essa intenção secreta de vender a Vivo enquanto disfarçávamos um discurso contrário", enfatizou.

Ao terminar a sua defesa sobre as questões relacionadas com a PT, Sócrates insistiu que as acusações eram infundadas e que a sua gestão tinha sido benéfica para a telecomunicação em Portugal. O julgamento da Operação Marquês continua a ser um caso de grande relevância, envolvendo 117 crimes e mais de 650 testemunhas previstas.

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