A Necessidade de Melhoria na Verificação de Factos nas Plataformas Digitais
Um novo relatório do EDMO revela falhas na documentação e eficácia dos esforços das plataformas na luta contra a desinformação.

De acordo com o relatório intitulado "Aplicação do Código de Conduta da UE sobre Desinformação", publicado pelo Observatório Europeu dos Media Digitais (EDMO), os esforços das principais plataformas digitais na luta contra a desinformação são até agora considerados insuficientes e desorganizados.
As plataformas de grande dimensão, designadas como VLOPSE, continuam a adotar uma abordagem reativa, faltando-lhes a transparência e o suporte necessário para utilizadores e verificadores de factos. Tal situação faz com que as ações implementadas raramente resultem num apoio sistemático a longo prazo para enfrentar o problema da desinformação.
Por outro lado, a Meta tem investido na verificação de factos e aplica rótulos de conteúdos como "falso" ou "parcialmente falso". No entanto, a empresa não apresenta dados claros sobre como essas medidas influenciam o comportamento dos utilizadores.
A Microsoft, por sua vez, limita-se a usar ferramentas comerciais, como a NewsGuard, e a aplicação de Inteligência Artificial (IA) para deteção, sem oferecer mais detalhes sobre a eficácia dessas soluções.
A Google utiliza rotulagem em pesquisas e no YouTube, mas também não disponibiliza métricas que demonstrem o impacto real nas ações dos utilizadores.
O TikTok combina rotulagem com notificações aos utilizadores e revela informações parciais sobre padrões de comportamento, mas carece de avaliações mais abrangentes.
Embora a Meta demonstre esforços em alfabetização mediática, falta-lhe transparência em relação à implementação geográfica e dados concretos sobre a participação dos utilizadores. A Microsoft, embora envolvida em várias campanhas, não apresenta evidências da eficácia ou alcance das mesmas.
A Google, por outro lado, tem um compromisso mais sólido, especialmente com iniciativas de 'prebunking', que visam preparar os utilizadores para reconhecer narrativas enganosas antes de se depararem com elas. No entanto, a falta de dados específicos sobre o alcance e sucesso dessas iniciativas é uma preocupação.
O TikTok é destacado como uma plataforma que documenta uma variedade maior de campanhas e colaborações em verificação de factos, mas também peca pela falta de dados concretos e consistentes sobre o envolvimento a nível nacional.
Em suma, a documentação do acesso a informações relevantes sobre verificação de factos nas plataformas digitais continua deficiente, o que limita a eficácia do Código de Conduta sobre Desinformação da União Europeia. A análise do EDMO, que abrange o período de janeiro a junho de 2024, sugere que os esforços feitos por Meta, Google, Microsoft e TikTok ainda precisam de uma abordagem mais coesa e fundamentada.