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Acordo Comercial entre EUA e China: Uma Nova Era nas Tarifas

EUA e China selam acordo comercial vital, permitindo a retoma das exportações de minerais de terras raras, com implicações significativas para a economia global.

há 6 horas
Acordo Comercial entre EUA e China: Uma Nova Era nas Tarifas

Os Estados Unidos e a China formalizaram um importante acordo comercial, estabelecendo os termos discutidos em Genebra no mês passado. O secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, anunciou que Pequim se comprometeu a reiniciar as exportações de minerais de terras raras, um elemento chave nas negociações que ocorreram este ano, após repetidas acusações de incumprimento de acordos anteriores entre os dois países.

“Quando se iniciarem as entregas de terras raras, levantaremos as nossas contramedidas”, afirmou Lutnick em uma entrevista à Bloomberg. A formalização do acordo aconteceu há apenas dois dias, refletindo meses de tensões comerciais.

A Siemens AG, gigante fornecedora de software para o design de semicondutores, foi dispensada pelo Departamento do Comércio dos EUA da necessidade de licenças para operar na China, facilitando assim a sua participação no mercado. Este relaxamento das restrições acontece após a imposição de medidas em maio, que foram adotadas em resposta às limitações chinesas nas exportações de minerais essenciais.

A Siemens comunicou que o acesso ao seu software e tecnologia está agora totalmente restabelecido para clientes chineses. Outras empresas do setor, como a Cadence Design Systems e a Synopsys, ainda não comentaram sobre eventuais mudanças semelhantes nas suas situações.

As terras raras são recursos indispensáveis na produção de tecnologias avançadas como turbinas eólicas, componentes aeronáuticos e semicondutores. Com o novo acordo, os EUA comprometem-se a liberar exportações de software de design de chips e outras tecnologias para a China, desde que o país asiático mantenha o prometido de acelerar a aprovação das exportações de minerais críticos.

Um representante da Casa Branca confirmou que ambos os lados chegaram a um consenso sobre os termos do acordo de Genebra, mas a embaixada da China em Washington optou por não comentar, assim como o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, que ainda não respondeu.

A divulgação do acordo gerou um clima otimista nos mercados financeiros, refletido em ganhos nos índices acionistas asiáticos e nos futuros europeus. O mercado global de ações alcançou um novo máximo histórico.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, revelou que tem como objetivo finalizar uma série de acordos comerciais com diversos parceiros até 9 de julho. “Vamos fechar os dez acordos principais e categorizar os restantes países”, especificou.

Embora Trump não tenha mencionado os países envolvidos, indicou que os EUA estão próximos de alcançar um entendimento com a Índia. O líder japonês, Ryosei Akazawa, também se encontra em negociações na capital dos EUA, reiterando as preocupações sobre tarifas elevadas sobre automóveis.

Trump alertou que, caso não sejam alcançados acordos até a data limite, enviará propostas unilaterais que poderão incluir tarifas de até 50%. Muitas dessas medidas foram inicialmente apresentadas em abril, mas a sua implementação foi suspensa para dar espaço para negociações.

A verdadeira extensão dos acordos permanece incerta, visto que acordos comerciais frequentemente demandam longos períodos de discussão. Um exemplo disso é o acordo com o Reino Unido, que ainda enfrenta pendências significativas.

Importa ressaltar que o recente acordo com a China não aborda assuntos delicados, como o tráfico de fentanil ou acesso irrestrito das empresas norte-americanas ao mercado chinês.

A primeira etapa de negociações, realizada em Genebra, resultou numa redução mútua das tarifas, mas logo surgiram acusações de incumprimento. Após novas conversações em Londres, anunciou-se um entendimento a ser ratificado pelos líderes americano e chinês.

Por fim, Lutnick enfatizou que a suspensão das contramedidas por parte dos EUA está dependente da chegada efetiva das terras raras, e esta semana o Departamento do Comércio já autorizou o envio de etano para a China, embora a descarga continúe sujeita a autorização específica.

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