Política

Ativismo Digital Intensifica Apoio ao Chega Durante Dia de Reflexão Eleitoral

Um estudo revela que ativistas digitais uniram esforços para promover o Chega no dia de reflexão das eleições de maio, gerando impressionantes 850 mil visualizações.

21/06/2025 07:40
Ativismo Digital Intensifica Apoio ao Chega Durante Dia de Reflexão Eleitoral

Uma investigação realizada por especialistas em desinformação revelou que, nas semanas que antecederam as eleições de maio, ativistas digitais coordenaram ações para amplificar conteúdos relacionados com o partido Chega no dia de reflexão, acumulando cerca de 850 mil visualizações.

O relatório, resultante de uma colaboração entre a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o MediaLab do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), focou na análise da desinformação e na disseminação de conteúdos nas redes sociais durante o período pré-eleitoral.

Os investigadores identificaram várias contas anónimas ou que utilizavam pseudónimos, que operavam em rede para promover mensagens favoráveis ao Chega e depreciativas em relação a adversários políticos. Estas contas apresentavam uma significativa sobreposição de seguidores e partilhas em momentos críticos, como no dia de reflexão, quando a lei proíbe a cobertura mediática de campanhas.

Os dados recolhidos indicam que a ação dos ativistas digitais, em particular no Instagram, convertia-se em números expressivos, com um total de 850 mil impressões registadas apenas no dia 17 de maio.

O coordenador da investigação, o sociólogo Gustavo Cardoso, já havia alertado para o potencial da Inteligência Artificial (IA) na proliferação da desinformação. No entanto, o estudo constatou que a amplificação de conteúdos não foi fruto de automação, mas sim de uma mobilização eficaz de ativistas altamente motivados, algumas vezes operando várias contas simultaneamente.

Ao contrário do que ocorreu nas legislativas de 2024, não foram encontrados sinais de interferência externa na campanha mais recente. No ano passado, os investigadores detectaram evidências de anúncios online a denegrir partidos como o PSD e o PS.

Este projeto conjunta entre o MediaLab, a CNE e a Lusa produziu dados recolhidos nas plataformas Facebook, Instagram, X, TikTok e YouTube, utilizando ferramentas online para uma análise abrangente.

A equipa que contribuiu para o estudo, liderada por Gustavo Cardoso, incluiu também José Moreno, Inês Narciso, Paulo Couraceiro e João Santos.

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