Cultura

Beja acolhe um tesouro de brinquedos no Espaço Museológico da Brincadeira

Um antigo lavadouro transforma-se em museu dedicado a milhares de brinquedos históricos, prometendo resgatar memórias e promover a ludicidade intergeracional.

20/06/2025 20:15
Beja acolhe um tesouro de brinquedos no Espaço Museológico da Brincadeira

Situado na aldeia de Cabeça Gorda, no concelho de Beja, o Espaço Museológico da Brincadeira abrirá oficialmente as suas portas no próximo sábado, ocupando as estantes com uma impressionante coleção de brinquedos que datam do século XX, confeccionados em madeira, metal e plástico.

Este projeto, resultado da colaboração entre a Junta de Freguesia de Cabeça Gorda, a Câmara Municipal de Beja e o colecionador Rogério Fialho, transforma o antigo lavadouro da localidade, agora completamente restaurado, num ponto de encontro para "celebrar o direito ao brincar". Segundo o comunicado da Câmara, trata-se de "relíquias com alma e histórias por descobrir".

Rogério Fialho, que dedicou décadas à coleta de brinquedos, descreve o museu como uma "visita ao passado". Este espaço, que alberga entre 2.000 e 3.000 brinquedos, convida os mais jovens a conhecer como se divertiam os seus pais e avós. Oferece 18 vitrinas repletas de brinquedos variados, além de áreas destinadas à ludicidade, uma loja, um quiosque com material escolar e uma biblioteca infantojuvenil.

Na coleção, destacam-se brinquedos de diferentes épocas, desde os anos 40 até 80, incluindo bonecas de feira e brinquedos de metal fabricados em diversas fábricas portuguesas. O colecionador também menciona a presença de brinquedos internacionais, como "Barbie", "Aquaman" e "Smurfs", assim como peças feitas na República Democrática da Alemanha e no Japão.

Outra parte significativa da coleção inclui produtos de uma antiga fábrica algarvia, a Plásticos Aliança Farense, conhecida pelos seus brinquedos vibrantes, que aguçaram o interesse de Fialho. Para além disso, o espaço compromete-se a realizar oficinas sobre a construção de brinquedos recicláveis, como "papagaios" e "carrinhos de arame".

Rogério Fialho acredita que o museu será um "lugar vivo" e um importante ponto de ligação entre gerações. Ele sublinha que, ao contrário de espaços modernos, não haverá Wi-Fi, a fim de incentivar a interação e a brincadeira no presente, em vez de permitir distrações digitais.

A inauguração está agendada para as 17:00 de sábado e, após a abertura, o museu receberá visitantes às quartas-feiras e nos primeiros e terceiros fins de semana de cada mês. Para grupos e interessados, é possível agendar visitas fora dos dias programados.

A primeira exposição temporária apresentará os "artesãos locais", focando em brinquedos produzidos por mestres da região, incluindo Cabeça Gorda e Beringel, com materiais como barro, arame, cortiça e madeira, bem como algumas peças provenientes de Cabo Verde.

#EspaçoMuseológico #BrincarÉViver #MemóriasDeInfância