Críticas de apoiantes de Trump à falta de transparência no caso Epstein

Uma onda de indignação varreu as redes sociais após uma investigação governamental revelar que Jeffrey Epstein, o financeiro acusado de tráfico sexual de crianças, não possuía uma "lista de clientes" que estaria a ser usada para chantagem. Várias figuras proeminentes ligadas ao movimento "Make America Great Again" (MAGA), do Presidente Donald Trump, manifestaram-se contra esta conclusão.

Entre os críticos, Tucker Carlson, antigo apresentador da Fox News, desafiou o Departamento de Justiça, responsável pela investigação em parceria com o FBI, acusando-o de tentar "ocultar" informações cruciais e de "desrespeitar o público". Durante o seu podcast, Carlson alertou que o caso Epstein pode ter repercussões negativas para Trump e os republicanos, insinuando que estão a "brincar com o fogo".

Outra figura de peso, o ‘podcaster’ Alex Jones, também expressou sua indignação, afirmando que a situação é "absolutamente repugnante". Particularmente após o regresso de Trump ao poder em janeiro, a sua administração prometeu esclarecer o caso.

A revisão dos documentos foi solicitada depois que a procuradora-geral Pam Bondi se comprometeu a divulgar informações referentes às investigações federais. A morte de Epstein, assinalada como um suicídio numa prisão de Nova Iorque em 2019, suscitou um desejo crescente entre os cidadãos para que o Departamento de Justiça revelasse a lista de cúmplices e clientes, além dos registos de voo do seu avião particular, que frequentemente fazia viagens para a sua ilha nas Ilhas Virgens, onde os abusos teriam ocorrido.

Mike Cernovich, outra figura influente no mundo MAGA, dirigiu-se diretamente ao Presidente, afirmando que a falta de transparência em relação ao caso Epstein poderá manchar o seu legado. Por sua vez, a base de apoio a Trump direcionou críticas à procuradora-geral Bondi, pedindo a sua demissão.

As tensões aumentam também devido a decisões recentes de Trump, como ataques ao Irão e o reatamento do envio de armamento para a Ucrânia. A frustração se intensifica ainda mais com o discurso de Elon Musk, que, em desacordo com Trump, anunciou a criação do seu próprio partido político. Musk tinha anteriormente insinuado que Trump estava envolvido no caso Epstein, e renovou a questão nas redes sociais, questionando a confiança do público na liderança do Presidente.

Durante uma conferência de imprensa, Trump dispensou um jornalista que lhe questionou sobre Epstein, chamando atenção para outras questões que considerava mais relevantes. Num memorando recente, o Departamento de Justiça sublinhou a sua prioridade em "combater a exploração infantil e assegurar justiça às vítimas", anunciando que não divulgaria mais registos relacionados à investigação.