Diplomata israelita aconselha Netanyahu a ignorar pressões extremistas

Hoje, o chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, apelou ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que desconsidere as pressões políticas vindas de sectores do seu governo que poderiam obstructar um possível acordo com o Hamas para a libertação dos reféns. “O primeiro-ministro deve ignorar as ameaças e pressões políticas na busca de um acordo que represente a vontade da maioria do Governo e do povo”, afirmou Saar nas redes sociais.

Saar sublinhou ainda a relevância da “missão diplomática” de Netanyahu em Washington, onde o primeiro-ministro se reuniu com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ambos os líderes expressaram a sua firme posição de não aceitarem qualquer acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza “a qualquer preço”, segundo a agência de notícias europeia Europa Press.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel reforçou que um eventual entendimento com o grupo extremista palestiniano deve ser alinhado com os “interesses nacionais”. “Apoio o primeiro-ministro”, reiterou Saar, numa clara resposta às críticas recebidas de ministros da Segurança Nacional e Finanças, Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, ambos ligados à extrema-direita.

Ben Gvir reafirmou a sua oposição a qualquer tipo de acordo com o Hamas, responsabilizando-o pelo insucesso de acordos anteriores e incitando Smotrich a unir-se a ele num boicote.

As negociações que decorrem visam uma trégua na guerra que se arrasta há 21 meses entre Israel e o Hamas, desencadeada após o ataque de 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas em Israel e na captura de 251 reféns. A retaliação israelita resultou na morte de mais de 57.300 pessoas na Faixa de Gaza, além da devastação significativa da infraestrutura local.

Israel, os Estados Unidos e a União Europeia classificam o Hamas como uma organização terrorista.