Economia

EDP expande projeto de robotização para 25 centrais solares em 2024

A EDP vai implementar a robotização em 25 centrais solares no próximo ano, visando aumentar a eficiência na operação e manutenção, conforme anunciou Ana Paula Marques durante uma visita a uma central em Espanha.

há 6 horas
EDP expande projeto de robotização para 25 centrais solares em 2024

A EDP está a planear a expansão do seu projeto-piloto de robotização para cerca de 25 centrais solares já no próximo ano, conforme revelou Ana Paula Marques, administradora do grupo, durante a visita a uma central híbrida em Espanha.

Neste momento, o projeto, conhecido como Scale Up O&M, está em fase de testes no parque solar Cruz de Hierro/Villacastín. A iniciativa está focada em centrais solares e destina-se a experimentar soluções tecnológicas que melhorem a eficiência na operação e manutenção destes ativos.

De acordo com a responsável, "a ideia é que no próximo ano consigamos ter cerca de 25 centrais a testar este tipo de solução", acrescentando que o projeto, embora ainda inicial, tem ambições a nível global.

O plano prevê que a maioria dos testes ocorra na Europa, mas a EDP está igualmente a explorar possibilidades de robotização no Brasil e em Singapura. Ana Paula Marques afirmou que "os Estados Unidos são uma área de grande importância para nós, por isso estamos a analisar esta questão em todo o grupo".

O investimento, realizado com recursos próprios, concentra-se na criação de uma plataforma de recolha e tratamento de dados através de inteligência artificial, que dará instruções a robôs para desempenhar opções como a limpeza de painéis solares, o controlo da vegetação e inspeções térmicas via drone.

A administradora destacou que este tipo de tecnologia poderá resultar em economias operacionais significativas, apontando para uma redução de até 80% em certos custos, embora isso se refira apenas a 20% do total das despesas de um parque solar. O foco é principalmente na melhoria das condições de trabalho em locais remotos e condições climáticas extremas.

Questionada sobre se as poupanças operacionais poderiam refletir-se no preço da eletricidade para o consumidor, a gestora indicou que o impacto imediato será limitado, mas enfatizou os benefícios em termos de eficiência e segurança para as equipas no terreno.

Em relação ao apagão ibérico que afetou Portugal e Espanha em abril, a responsável preferiu não comentar, mas destacou a relevância da digitalização para enfrentar situações extremas. "Sem nos concentrarmos no apagão em si, posso afirmar que as soluções de automatização e digitalização ajudam a criar redes mais inteligentes e métodos de atuação mais eficazes. A energia é um caso exemplar do que pode ser alcançado nesta área", concluiu.

A EDP também enfatiza a importância da hibridização, que consiste na combinação de diversas fontes renováveis na mesma localidade. "Anunciaremos as novas metas no nosso Capital Markets Day em novembro. A hibridização é uma das nossas prioridades, mas requer que os processos de licenciamento avancem em conformidade, tanto do ponto de vista regulatório como legislativo", acrescentou.

Sobre os efeitos da atual situação geopolítica, incluindo os conflitos no Médio Oriente, Ana Paula Marques reconheceu um aumento na incerteza, mas reafirmou o comprometimento da EDP com a transição energética. "A transição energética é um imperativo, e continuaremos a trabalharnesse sentido", finalizou.

Atualmente, mais de 90% da energia produzida pela EDP provém de fontes renováveis, incluindo solar, com uma capacidade instalada superior a 6,2 gigawatts (GW).

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