Mundo

Eskom adquire 66% da eletricidade da barragem de Cahora Bassa em 2024

A Eskom, da África do Sul, assegurou 66% da eletricidade gerada pela Barragem de Cahora Bassa, enquanto Moçambique planeia reverter contrato até 2030.

há 6 horas
Eskom adquire 66% da eletricidade da barragem de Cahora Bassa em 2024

A Eskom, empresa de energia sul-africana, obteve em 2024 a responsabilidade por 66% da eletricidade produzida pela Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), em Moçambique. Apesar de este ser o segundo ano consecutivo de declínio na entrega de energia, o Governo moçambicano já delineou planos para reverter este contrato de fornecimento, que existe desde 1979.

Segundo o relatório financeiro da HCB, a quantidade total de energia entregue em 2024 foi de 12.351 GigaWatts-hora (GWh), com a Eskom a receber 8.319 GWh. A Eletricidade de Moçambique (EDM), por sua vez, obteve 3.451 GWh, correspondendo a cerca de 30% do total, enquanto a ZESA do Zimbabwe ficou com 499 GWh, representando 4% da produção.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou a intenção de iniciar o processo de reversão energética para 2030, durante a celebração do 50º aniversário da HCB, na província de Tete, um dos principais pontos de produção de eletricidade em África. O chefe de Estado sublinhou que, além de projetos de reabilitação, a HCB deve consolidar o seu papel no desenvolvimento energético do país, tendo em vista o fim do contrato com a Eskom.

Em fevereiro de 2024, o Governo moçambicano, sob a liderança do então Presidente Filipe Nyusi, revelou planos para "repatriar" a eletricidade da HCB, que desde 1979 é exportada para a África do Sul, começando em 2030.

A Estratégia para Transição Energética em Moçambique, em vigor até 2050, define este objetivo, enfatizando o repatriamento de 8 a 10 TWh de eletricidade e a adição de 2 GW de capacidade hidroelétrica nacional até 2031.

A central de Cahora Bassa, detida maioritariamente pelo Estado moçambicano, é a mais relevante do país, com uma capacidade total instalada de 2.075 MW. Desde o início da sua operação, uma parte significativa da produção foi direcionada para a Eskom, enquanto a EDM recebe apenas 300 MW de "energia firme" e 380 MW de "energia variável".

Com a aproximação de 2030 e o fim do contrato de aquisição de energia com a Eskom, o futuro da comercialização da energia limpa da HCB suscita questões essenciais.

Adicionalmente, a fábrica de alumínio da Mozal, localizada nos arredores de Maputo e alimentada pela eletricidade da Eskom, destaca-se como um dos maiores consumidores do país, com uma demanda de 900 MW.

A HCB também planeia aumentar a sua capacidade de produção hidroelétrica, através da nova barragem de Mphanda Nkuwa e da construção da estação norte.

O Governo moçambicano afirmou que os recursos hidroelétricos exclusivos do país desempenharão um papel estratégico na produção de energia de baixo carbono e na industrialização verde, que são prioridades nacionais.

#EnergiaVerde #CahoraBassa #Moçambique2030