Faleceu Francisco Cuoco, ícone das novelas brasileiras, aos 91 anos

O mundo da televisão brasileira está de luto com o falecimento de Francisco Cuoco, um dos mais célebres galãs da história das novelas do Brasil. O ator faleceu esta quinta-feira, aos 91 anos, em São Paulo, onde se encontrava hospitalizado há 20 dias, no Hospital Albert Einstein.

A família do ator emitiu um comunicado expressando a sua tristeza: “É com pesar e consternação que informamos sobre o falecimento do ator Francisco Cuoco. Ele estava cercado pelo amor da família e foi embora de maneira tranquila. Agradecemos todas as mensagens de apoio e carinho. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. A nossa gratidão e amor eterno por ter tido você em nossas vidas”, conforme noticiado pelo site Veja.

Francisco Cuoco, reconhecido como um verdadeiro 'astro' e um dos maiores galãs brasileiros, iniciou a sua carreira há mais de 60 anos, destacando-se no teatro, cinema e televisão. Segundo relatos do G1, abandonou o curso de Direito aos 20 anos para se dedicar à arte dramática na Escola de Arte Dramática de São Paulo, onde se formou e integrou o Teatro Brasileiro de Comédia.

Mais tarde, fez parte do Teatro dos Sete, ao lado de personalidades como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto. A sua estreia na televisão deu-se com o 'Grupo Teatro Tupi', enquanto a sua primeira novela foi 'Marcados pelo Amor', na TV Record, em 1964. Desde então, acumulou uma vasta filmografia com títulos como 'Redenção', 'Legião dos Esquecidos', e, na emissora Globo, 'Assim na Terra Como no Céu', onde interpretou o Padre Vítor.

Desempenhou papéis icónicos, como o ambicioso Cristiano Vilhena em 'Selva de Pedra'. Na novela 'Pecado Capital', caracterizou o generoso taxista Carlão, um papel que lhe trouxe grande reconhecimento, conforme referiu ele mesmo: “O Carlão tinha essa generosidade de olhar para o semelhante e ver um igual”.

No final da década de 90 e começo dos anos 2000, Cuoco direcionou-se para o cinema, participando de filmes como 'Traição', 'Gémeas' e 'Cafundó'. Em 2005, voltou ao teatro com a peça 'Três Homens Baixos' e fez a sua última aparição na televisão em 2023 na série 'No Corre', do Multishow, embora em 2020 tenha integrado o elenco de 'Salve-se quem Puder'.

Além da representação, Cuoco também explorou o mundo da música, lançando em 1975 um disco romântico intitulado 'Solead' e outro, 'Paz Interior', com 16 orações católicas.

Nascido em 29 de novembro de 1933, em uma família de recursos limitados no Brás, São Paulo, o ator enfrentou diversos problemas de saúde ao longo da vida, incluindo dificuldades de locomoção e respiratórias.

O funeral de Francisco Cuoco está agendado para esta sexta-feira. O velório será aberto ao público, enquanto o enterro, reservado a familiares e amigos, ocorrerá às 16h00 locais.