Fico clama por responsabilização da oposição após ataque

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, fez declarações contundentes no dia de hoje, sugerindo que a oposição deve ser julgada em relação ao ataque que sofreu em maio de 2024. Fico, que tem uma postura populista, afirmou que os opositores foram os instigadores do ato de violência que quase lhe custou a vida.

Em um vídeo publicado na rede social Facebook, o líder eslovaco disse: "Seria justo e razoável que, na sala do tribunal, sentassem junto ao agressor todos aqueles que o incentivaram a cometer o crime". Fico descreveu o agressor, Juraj Cintula, um reformado de 72 anos, como "um produto do ódio" da oposição, referindo-se à sua ligação com o partido liberal Democratas, liderado por Jaroslav Nad.

O primeiro-ministro expressou ceticismo em relação à possibilidade de que o tribunal investigue a cumplicidade da oposição no ataque, reconhecendo que "não há provas" suficientes.

Fico foi alvejado em maio, após uma reunião do governo, e ficou em estado crítico durante várias semanas. Cintula é o único arguido no processo que começou recentemente no Tribunal Especializado de Banská Bystrica, enfrentando acusações de terrorismo com agravantes por uso de arma de fogo, o que pode levá-lo a uma sentença de prisão perpétua.

O chefe de governo também afirmou que existem "provas irrefutáveis" que demonstram que o agressor tinha contatos com figuras da oposição e que, durante o ataque, "gritou palavras de protesto da oposição".

No entanto, Fico e a sua coligação formada por partidos populistas, sociais-democratas e ultranacionalistas têm enfrentado críticas extensivas por suas políticas controversas, incluindo a dissolução da Procuradoria Anticorrupção que investigava seus colaboradores e exercício de controle sobre a comunicação pública, além da purga de altos funcionários que criticam o governo. Fico mantém uma relação próxima com o presidente russo, Vladimir Putin, com quem se encontrou recentemente em Moscovo.