Inovação em Macau: Startup brasileira leva prémio e abre portas na China

A startup brasileira Hilab conquistou, na passada terça-feira, o Concurso de Inovação e Empreendedorismo de Macau, dedicado às empresas de tecnologia de Brasil e Portugal. Este reconhecimento também distinguiu seis outras empresas, proporcionando novas oportunidades de financiamento e acesso ao vasto mercado chinês.

Fundada em 2016 e com um capital de 200 milhões de patacas (cerca de 23 milhões de euros), a Hilab já levantou 125 milhões de patacas (aproximadamente 14,375 milhões de euros). A empresa destaca-se pelo desenvolvimento de um dispositivo de diagnóstico portátil que oferece resultados com qualidade de laboratório, necessitando apenas de algumas gotas de sangue e realizando 25 tipos de exames, que abrangem 85% dos diagnósticos médicos mais frequentes.

Atualmente, a Hilab opera em 1.700 cidades no Brasil e já efetuou mais de três milhões de testes, expandindo-se também para mercados na América do Sul e em países como Indonésia, Angola, Moçambique e África do Sul.

No mesmo evento, um painel de investidores e especialistas selecionou também os projetos Klike.AI LLC, uma plataforma de análise de marketing baseada em inteligência artificial, e o português OWLplaces, focado em inteligência artificial e análise de dados geoespaciais.

Com um total de 20 candidaturas, o concurso identificou 17 finalistas em áreas como inteligência artificial, biomedicina e dispositivos médicos. Os sete projetos premiados receberam subsídios monetários de até 180 mil patacas (19.240 euros) e conseguiram o suporte necessário para facilitar a entrada no mercado chinês, especialmente na promissora Grande Baía.

A Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau é um ambicioso projeto chinês que visa integrar Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, criando uma região de mais de 86 milhões de habitantes com uma economia estimada em mais de um bilião de euros em 2023.

Este concurso, organizado pela Direção dos Serviços de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau, em parceria com a incubadora Parafuturo de Macau e o Centro de Incubação de Jovens Empreendedores, permitirá aos premiados participar em intercâmbios e negociações na China continental. O intuito é fomentar o desenvolvimento conjunto das indústrias tecnológicas inovadoras entre a China e os países lusófonos.

Após o concurso, as startups finalistas foram convidadas a estabelecer contatos com agências de investimento, empresas e universidades em Xangai, Shenzhen e na província de Jiangsu, com o objetivo de explorar a viabilidade de projetos de colaboração entre indústria e academia.