Joana Carneiro regressa a 'Wonderful Town' de Bernstein com a OSP
A maestrina Joana Carneiro volta a encabeçar o musical "Wonderful Town" de Bernstein, destacando a relevância cultural do compositor, em Lisboa e na Figueira da Foz.

A maestrina Joana Carneiro retorna à direção do musical “Wonderful Town”, de Leonard Bernstein, após um hiato de seis anos. Acompanhada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), esta apresentação em versão de concerto contará com a participação de um elenco familiar, incluindo os barítonos Luís Rodrigues e Diogo de Oliveira, juntamente com os cantores Lara Martins, Mário Redondo, Sérgio Martins e a soprano Juliana Zara.
O espetáculo terá lugar no próximo domingo, às 18h00, no Teatro Tivoli em Lisboa, e no dia 28, às 21h30, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Em declarações à agência Lusa, Joana Carneiro referiu-se à OSP como "a sua casa" e expressou o seu entusiasmo por voltar a trabalhar com a maioria do elenco original.
A maestrina destacou o valor intrínseco da obra de Bernstein, um criador cuja música mescla géneros como jazz e blues, sempre mantendo um elo com as suas raízes eruditas. Segundo Joana, “Wonderful Town” é um excelente exemplo da genialidade de Bernstein e uma introdução ao seu vasto universo artístico que se inspira na vibrante cultura de Nova Iorque e na literatura da época.
O enredo, que retrata o sonho de duas irmãs que emigram do Ohio para Nova Iorque, toca profundamente na experiência cosmopolita que muitas pessoas anseiam ao chegar a uma grande cidade, um reflexo do “American Dream”. Com base nas experiências reais das irmãs McKenney, cujas histórias estão compiladas em My Sister Eileen, o musical é um testemunho do desejo humano de superar barreiras e fazer novas conexões.
Além de assinalar a diversidade cultural de Nova Iorque, “Wonderful Town” revela a riqueza da escrita musical de Bernstein, que também é conhecido por obras-primas como Candide e West Side Story. Joana enfatizou a sublimação da habilidade orquestral de Bernstein, afirmando que por detrás da simplicidade aparente das suas composições reside um profundo saber sobre a natureza da música e a orquestração.
No que diz respeito à forma como será apresentada, embora se trate de um concerto, a produção integrou elementos cénicos que respeitam a narrativa e inclui partes faladas enriquecendo a experiência para o público.
Entre os seus próximos compromissos, Joana Carneiro vai dirigir a Orquestra Metropolitana de Lisboa no dia 29, no Teatro Municipal S. Luiz, com um programa que inclui Os Planetas, de Gustav Holst, e O Terramoto de Lisboa, de Armando José Fernandes. Além disso, tem agendados concertos internacionais, incluindo um na Orquestra de Castilla-León em Valladolid e uma participação no Festival do Lincoln Center em Nova Iorque.
A sua carreira continua a prosperar, e Joana conclui: “Faço o mesmo de sempre, música pelo mundo fora.”