Jornalistas em peso aguardam chegada de Sócrates ao tribunal
O ex-primeiro-ministro José Sócrates chegou ao Campus de Justiça em Lisboa rodeado por jornalistas, iniciando o seu julgamento na Operação Marquês, que lhe imputa 22 crimes.
No dia de hoje, o ex-primeiro-ministro José Sócrates fez a sua entrada no Tribunal Central Criminal de Lisboa, onde começou a ser julgado no âmbito da Operação Marquês. À sua chegada, por volta das 09:00, foi rodeado por várias dezenas de jornalistas, operadores de câmara e fotógrafos, após ter declarado anteriormente que só falaria com a imprensa na entrada do tribunal.
O ambiente ficou tenso enquanto percorreu os poucos metros até à entrada, já que alguns profissionais tentavam obter declarações do antigo governante. Sócrates pediu, em tom exasperado, que o deixassem passar: "Deixem-me passar, nem consigo ver o caminho". Após mais de 20 minutos a responder a perguntas, o ex-primeiro-ministro finalmente entrou no tribunal, tendo escutado um cidadão que o incentivou a assumir a sua responsabilidade: "Senhor engenheiro, sempre fui a seu favor".
José Sócrates, que enfrentou inicialmente 31 acusações, agora responde por 22 crimes, que incluem três de corrupção passiva associada ao exercício de funções públicas, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal qualificada.
Um dos arguidos, Carlos Santos Silva, amigo do ex-primeiro-ministro, é acusado de 23 crimes, que incluem corrupção passiva, corrupção ativa e branqueamento de capitais. Entre os arguidos figuram também Ricardo Salgado, ex-banqueiro do Banco Espírito Santo, que enfrenta várias acusações, incluindo corrupção ativa e branqueamento de capitais.
Além de Salgado, Armando Vara, ex-ministro e administrador da Caixa Geral de Depósitos, e outros ex-administradores da Portugal Telecom, como Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, também estão entre os implicados. O ex-motorista de Sócrates e a sua ex-mulher, Sofia Fava, também fazem parte deste extenso grupo de arguidos.
A detenção de José Sócrates ocorreu em 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris, tendo dado origem a este complexo caso de corrupção, que tem sido um marco na história judicial portuguesa.