Moção de censura contra a primeira-ministra da Tailândia depois de controversa conversa telefónica
O partido Bhumjaithai, que saiu da coligação, apresenta moção de censura à primeira-ministra da Tailândia em resposta a uma conversa polémica com o líder cambojano, Hun Sen.

A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, está prestes a enfrentar uma moção de censura, depois de o partido Bhumjaithai, anteriormente na coligação de governo, decidir abandoná-la. A moção será apresentada na abertura da terceira sessão parlamentar, marcada para 3 de julho, conforme indicado pela porta-voz do partido, Nan Boonthida Somchai.
A decisão do Bhumjaithai, liderado por Anutin Charnvirakul, surgiu na sequência da divulgação de um telefonema entre Shinawatra e Hun Sen, o ex-primeiro-ministro do Camboja e actual presidente do Senado. Nesta conversa, a primeira-ministra questionava o papel de um alto comandante do exército tailandês no contexto de um conflito fronteiriço entre a Tailândia e o Camboja, que se intensificou após a morte de um soldado cambojano em uma área disputada.
Após a saída do Bhumjaithai, que era a segunda força política mais influente dentro do governo, outros partidos aliados estão a reavaliar o seu apoio à líder de 38 anos. Além disso, o presidente do Senado, Mongkol Surasajja, pediu ao Tribunal Constitucional que investigue se a primeira-ministra infringiu “normas éticas graves” ao criticar o militar.
A porta-voz do Bhumjaithai também apelou a partidos da oposição, como o Partido Popular e Palang Pracharath, para se juntarem na assinatura da moção e no apoio à discussão da censura. Paetongtarn Shinawatra assumiu o cargo em agosto de 2024, sucedendo Srettha Thavisin, que foi afastado por violar normas éticas ao nomear um condenado por corrupção.
Repercussões da conversa com Hun Sen incluem pedidos de renúncia, e um grupo de cidadãos críticos do governo está a organizar um protesto no sábado, exigindo a saída da primeira-ministra.